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Finanças X Psicologia: quando bolso e emoções precisam de cuidados

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Nesta semana participei de um webinar do CIEE em conjunto com o psicólogo Fábio Pedroso. Falamos de finanças e psicologia, um tema que considero super importante, já que emoções e conhecimentos sobre educação financeira precisam estar interligados para proporcionar resultados efetivos. 

Não adianta conhecer toda a teoria relacionada ao bom uso do dinheiro se você não consegue controlar as compras por impulso, por exemplo. Assim como não adianta estar com as emoções sob controle, mas não saber como fazer para começar a guardar dinheiro nem onde investi-lo. É preciso trabalhar os dois pontos, em paralelo. 

E como saber como começar ou qual tipo de profissional procurar? A primeira dica é prestar atenção a si mesmo. Como você funciona nos mais diversos momentos? Como reage quando fica triste ou frustrado? Consegue dizer “não” a uma compra sem planejamento ou pelo menos esperar e pesquisar os preços antes de comprar? Perguntas como essas devem ser feitas o tempo inteiro. 

 

Você sabe esperar ou consome de forma impulsiva?

 

Saber esperar, por exemplo, é um indicativo importante para quem está estudando as próprias finanças e quer colocar tudo em ordem. Na década de 60, uma pesquisa avaliou essa questão através de crianças e marshmallows. Funcionava assim: uma criança era colocada na frente de um marshmallow. Se ela conseguisse esperar no lugar de comê-lo, ganharia um marshmallow extra. Se não conseguisse, ficaria apenas com aquele mesmo. 

Nos anos seguintes, os pesquisadores continuaram acompanhando as crianças participantes e relataram que as que souberam esperar haviam conquistado resultados muito mais positivos em suas vidas, especialmente nos campos profissional e financeiro. 

O que acontece é que quem não consegue esperar, muitas vezes acaba metendo os pés pelas mãos e chega até a se endividar para conseguir o que quer. O resultado é que não consegue fazer um planejamento que resulte em planos maiores, não consegue guardar dinheiro e acaba vivendo na corda bamba financeiramente falando. 

Imagem: reprodução / unsplash

Questões básicas de educação financeira e finanças

 

Se você percebe que tem problemas emocionais a resolver, talvez o mais indicado seja procurar ajuda terapêutica para conseguir melhores resultados ao começar a aplicar a educação financeira para consertar as finanças em sua vida. Caso contrário, é possível que você se frustre rapidamente por não conseguir aplicar na prática. 

Mas é importante saber que algumas lições são básicas: a primeira é não gastar mais do que ganha. Ou seja, para conseguir guardar dinheiro e não entrar em dívidas, é fundamental viver dentro ou abaixo do padrão de vida que você consegue ter com o dinheiro que entra em sua conta. Nunca viver acima do que pode, entendeu? Parece óbvio, mas muita gente se endivida vivendo uma vida que não consegue sustentar.

A segunda dica básica de educação financeira é conhecer bem suas receitas e despesas. Com isso, tente cortar ou substituir gastos para que possa sobrar mais dinheiro para investir. Além disso, lembre-se de que o primeiro investimento deve ser a formação de uma reserva de emergência ou oportunidade. É ela que permitirá que você ganhe fôlego financeiro em alguns momentos da vida. 

Finalmente, lembre-se de pagar-se antes sempre. Ou seja, assim que o dinheiro entra em conta, separe uma parte, ainda que pequena, para guardar. O mais importante é transformar isso em hábito. É o que fará a diferença na sua vida financeira em longo prazo!

Última modificação em 26/07/2022 13:56

Janaina Gimael

Jornalista, educadora financeira e contadora de histórias. Tem especialização em economia para jornalistas, terapia financeira e psicologia econômica. É articulista do Dinheirama e já passou por empresas como Bloomberg, Patagon, Agência Dinheiro Vivo e Nubank. No insta: @janaina.dimdim

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  • Foi muito boa a parceria com você no Webinar Janaina. Parabéns pelo excelente trabalho que tem realizado.

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