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Laços de Família: relembre as maiores polêmicas que a novela enfrentou

Novela de Manoel Carlos deu o que falar durante sua primeira exibição ao abordar temas como conflitos familiares, a prostituição, teve cenas quentes, outras violentas, o que gerou dores de cabeça para a produção fora das telas. Relembre alguns dos temas controversos.

No ar pelo Vale a Pena Ver de Novo, da TV Globo, a novela Laços de Família volta a ser assunto por causa de sua trama cheia de polêmicas e reviravoltas.

O folhetim de Manoel Carlos, exibido pela primeira vez entre os anos de 2000 e 2001, abordou temas como conflitos familiares, a prostituição, teve cenas quentes, outras violentas, o que gerou dores de cabeça para a produção fora das telas. Relembre alguns dos temas controversos.

Proibição de menores e mudança de horário

A grande "dor de cabeça" de Laços de Família começou quando noticiaram que a atriz Larissa Honorato, de quase dois anos, sofreu trauma psicológico após repetir por 19 vezes uma gravação na qual sua personagem Nina testemunha seus pais Clara (Regiane Alves) e Fred (Luigi Baricelli) discutindo. Posteriormente, a menina foi substituída por outra atriz.

Cena que iniciou a polêmica envolvendo menores de idade em laços de família/reprodução

Em novembro de 2000, o juiz Siro Darlan, da 1ª Vara de Infância e da Juventude do Rio de Janeiro, concedeu liminar obrigando a saída de todos menores de idade do elenco e também a exibição da novela após às 21h. Para ele, Laços de Família continha muitas cenas de violência doméstica e urbana e também com conotação sexual, se tornando inadequada para os jovens atores. De acordo com o jornal O Estado de São Paulo, constataram que 11 menores trabalhavam sem alvará. Foi determinada uma multa diária de 70 mil reais em caso de descumprimento.

Todas as cenas com crianças e adolescentes foram regravadas, incluindo a do casamento de Camila (Carolina Dieckmann) e Edu (Reynaldo Gianecchini), pois uma das madrinhas era a Estela, personagem de Julia Almeida, filha de Manoel Carlos e com 17 anos na época. Personagens como Bruninho, filho de Capitu (Giovanna Antonelli), e Raquel (Carla Diaz) sumiram da trama.

O posicionamento do juiz Siro Darlan foi contestado não somente pela produção e elenco de Laços de Família, mas também pelo então presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Reginaldo de Castro, que entendeu a decisão como um "ato de censura inadmissível".

A Globo se comprometeu a não incluir menores de idade em cenas com conteúdo sexual ou violento e, após três semanas, o jovem elenco pode voltar à novela.

Polêmica com a Igreja católica

A produção de Laços de Família recebeu um "não" ao pedir autorização da Arquidiocese do Rio de Janeiro para gravar o casamento de Camila e Edu em uma igreja de verdade. Segundo o Estadão, o cardeal Eugênio de Araújo Sales criticou o conteúdo da novela por meio de uma nota enviada à imprensa.

"Parece incrível a exaltação de taras morais, o elogio e apoio aos desvios sexuais como sendo algo aceitável, a transformação da imoralidade em atitude normal na convivência social", alegou o religioso.

Sem alternativa, a produção usou uma igreja cenográfica para filmagem.

Atores posam nos bastidores da gravação do casamento de edu e camila/reprodução/instagram

De quem é o nome?

Em entrevista para o jornal Folha de S. Paulo, em fevereiro de 2000, a escritora Solange de Castro Neves revelou que estava produzindo uma novela para a Record com o título de Laços de Família, o mesmo nome provisório que a nova trama da TV Globo havia recebido. Segundo Solange, ela havia registrado a ideia e não pensava em abandoná-la. Porém, de acordo com O Estado de São Paulo, em março provou-se que a Globo tinha o direito de usar Laços de Família e a trama da Record ganhou o nome de Marcas da Paixão.

Última modificação em 29/07/2022 07:44

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