Economia

Compras por impulso: como reconhecer sinais e buscar ajuda

Comece reconhecendo o que anda acontecendo para poder buscar ações mais saudáveis e menos prejudiciais ao bolso.

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Quem nunca realizou compras por impulso que atire a primeira pedra! Isso porque é natural do ser humano buscar refúgio em algumas coisas quando a situação não está como gostaria. Ou, ainda, quando está feliz demais. Teve um dia cansativo? Talvez você pense em ir às compras para compensar. Anda estressado? Comprar pode ser a solução. Está muito feliz? A comemoração pode ser uma volta no shopping. O problema é que comprar por impulso pode detonar a sua vida financeira. Vamos falar sobre isso!

Para Fábio Pedroso, psicólogo com especialização em saúde mental e psicologia econômica, as compras por impulso podem ser explicadas pela sensação de vazio que a maior parte de nós carrega vez ou outra. “As pessoas acreditam que, ao comprar, esse buraco será preenchido”. Além disso, o modo como cada pessoa faz suas escolhas também ajuda a explicar. 

“A maioria costuma agir no automático, sem pensar. Richard Thaler, um teórico da economia comportamental, explica que dentro de cada um de nós existe um Homer Simpson, que toma decisões baseadas no que sente, vê e quer. Essas situações tornam-se mais evidentes quando somos expostos a um leque imenso de opções e estímulos que deturpam nosso entendimento e nos levam a fazer escolhas sem pensar”, explica. 

 

O arrependimento após as compras por impulso

 

Compras por impulso podem até trazer uma alegria momentânea, mas o fato é que podem levar a muitos arrependimentos na sequência. Para Fábio, isso acontece porque, depois da aquisição, muitas vezes as pessoas percebem que gastaram um dinheiro que não poderiam com algo que não era necessário comprar. “Consequentemente, não se vêem satisfeitas ou completas como gostariam. Ou seja, a tal compra não conseguiu suprir suas faltas”.

Além disso, muitas pesquisas já mostraram que a sensação de felicidade obtida pela compra de um bem costuma durar muito menos do que, por exemplo, a aquisição de experiências, momentos que costumam alimentar as lembranças e oferecer uma sensação de bem-estar mais duradoura ao longo do tempo. É bastante comum, portanto, que depois de realizar uma compra por impulso, a pessoa enjoe do bem e logo queira adquirir outra coisa.

Imagem: reprodução / unsplash

O que fazer?

 

E o que fazer quanto a isso? Primeiramente é preciso perceber tais comportamentos e se reconhecer como humano. Procure observar se você vem realizando compras por impulso de forma frequente para que esteja consciente quando isso acontecer. “Ao adquirir essa compreensão, começamos ter consciência de que o objetivo não é parar de gastar impulsivamente, mas sim, a cada dia gastar menos”, explica Fábio. 

Também vale direcionar a necessidade de comprar para hábitos mais saudáveis, como dar uma caminhada, procurar um amigo para conversar ou simplesmente tomar um bom banho para relaxar no lugar de comprar. Além disso, estabeleça planos e metas para o seu dinheiro, assim ficará menos fácil comprar sem pensar. 

É preciso andar mais leve. A internet está cheia de receitas “milagrosas” para resolver seus problemas financeiros, mas é necessário buscar autonomia para perceber o que faz sentido. Quando uma mudança faz sentido, fica muito mais fácil mudar um hábito”. sugere o psicólogo. 

Última modificação em 12/04/2023 22:38

Janaina Gimael

Jornalista, educadora financeira e contadora de histórias. Tem especialização em economia para jornalistas, terapia financeira e psicologia econômica. É articulista do Dinheirama e já passou por empresas como Bloomberg, Patagon, Agência Dinheiro Vivo e Nubank. No insta: @janaina.dimdim

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