Economia

IPCA: entenda o principal índice que mede a inflação brasileira

Além do controle de preços, o IPCA traz reflexos em decisões como a manutenção ou não da taxa Selic, reajustes no salário mínimo e investimentos.

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O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) é o principal índice que mede a inflação brasileira e tem poder de influenciar tanto a taxa de juros quanto os seus investimentos. Você sabe como ele é medido? Vamos explicar!

Primeiramente, saiba que quem mede o IPCA é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A medição acontece todos os meses desde 1979 através de uma pesquisa de preços.

Funciona assim: do dia 1 ao dia 30 ou 31 de cada mês, o IBGE realiza pesquisa em estabelecimentos comerciais, concessionárias de serviços públicos, prestadores de serviços e domicílios.

Essa pesquisa mede a variação de preços cobrados ao consumidor que paga à vista. Ou seja, é feita para medir a inflação.

Há 9 grupos na pesquisa do IPCA. São eles: alimentação e bebidas; artigos de residência; comunicação; despesas pessoais; educação; habitação; saúde e cuidados pessoais; transportes e vestuário. Somados, são 465 itens.

Além disso, o IPCA reflete o custo de vida de famílias que ganham entre 1 e 40 salário mínimos e que moram nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Belém, Fortaleza e Vitória. Os municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luis, Aracaju e Brasília também são considerados.

 

IPCA influencia decisões sobre Selic e salário mínimo

A medição realizada pelo IPCA ajuda o governo a checar se a meta da inflação para o período está sendo cumprida. Com base nisso, ele toma decisões sobre queda, alta ou manutenção dos juros no País.

Nesse sentido, além de influenciar a taxa Selic, o IPCA também ajuda na definição do valor do salário mínimo, já que indica como está o poder de compra real considerando os aumentos de preços para produtos e serviços.

 

Por que o IPCA pode indicar aumento ou queda de preços?

 

A queda ou aumento no preço de produtos e serviços tem relação com diversos fatores. Entre eles estão: custos de produção, lei da oferta e da demanda, cotação do dólar, período de safras, alterações no clima e muitos outros.

Além disso, o excesso de dinheiro circulando na economia também influencia o IPCA ou a inflação na prática. Isso porque mais dinheiro significa mais consumo e, consequentemente, aumento de preços.

Imagem: reprodução/ pixabay

IPCA influencia investimentos

 

Finalmente, outro ponto importante são os investimentos pós-fixados que têm rentabilidade indexada ao IPCA.

Nesse sentido, esses investimentos pagam uma taxa predefinida mais IPCA, garantindo que o resultado esteja sempre acima da inflação. Em síntese, garantem o poder de compra e rentabilidade extra.

Da mesma forma, é importante considerar o IPCA principalmente para investir no longo prazo, ao passo que a poupança por exemplo, tende a ficar no negativo se considerada a inflação real.

Por fim, dentre os investimentos que têm rentabilidade atrelada ao índice estão títulos do Tesouro, alguns CDBs e LCIs. Em suma, há opções interessantes no mercado para quem quer garantir o poder de compra.

Última modificação em 29/07/2022 09:34

Janaina Gimael

Jornalista, educadora financeira e contadora de histórias. Tem especialização em economia para jornalistas, terapia financeira e psicologia econômica. É articulista do Dinheirama e já passou por empresas como Bloomberg, Patagon, Agência Dinheiro Vivo e Nubank. No insta: @janaina.dimdim

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Tags: inflação