Próxima pessoa a assumir a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados pode ser Bia Kicis, deputada e ex-procuradora aliada do governo de Bolsonaro.
Com a mudança do novo presidente da Câmara dos Deputados, agora sob o comando de Arthur Lira (PP-AL), mais uma aliada do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) deve assumir uma posição de prestígio no Congresso Nacional. Bia Kicis (PSL-DF) é o nome mais cotado para o cargo de presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, considerada uma das mais importantes da Casa. Segundo informações do O Globo, sua candidatura seria um acordo selado entre Lira e Bolsonaro.
Beatriz Kicis Torrents de Sordi, mais conhecida como Bia Kicis, nasceu em Resende, município do Rio de Janeiro, e tem 59 anos. Formada em Direito pela Universidade de Brasília, Kicis é ex-procuradora do Distrito Federal e em 2018 foi eleita deputa federal pelo PRP no Distrito Federal. Atualmente filiada ao PSL, antigo partido de Bolsonaro, Kicis é declaradamente conservadora e aliada do atual presidente.
Caso seja eleita a nova presidente da CCJ da Câmara dos Deputados, Bia Kicis irá assumir um dos cargos mais poderosos do Congresso Nacional. A Comissão de Constituição e Justiça é a responsável por avaliar a constitucionalidade dos projetos apresentados à Casa, ou seja, tem o poder de aprovar ou não uma lei.
A comissão também é encarregada de avaliar a viabilidade das PECs e até mesmo pedidos de impeachment contra o presidente da República. Visada por muitos deputados e políticos, a CCJ é quem dita se os projetos de lei apresentados à Câmara dos Deputados respeitam ou não a Constituição Brasileira.
A indicação de Bia Kicis para a presidência da CCJ foi aprovada pela bancada da PSL, mas ainda não é um veredito final. Ela ainda precisa ser referendada pelos demais integrantes da comissão, e com isso, a maioria deve votar a favor da deputada para assumir o posto de alto escalão.
Bia Kicis é protagonista de algumas polêmicas, a maioria delas envolvendo a propagação de notícias falsas. A primeira a chamar atenção foi em janeiro de 2019, quando a então deputada concedeu uma entrevista ao CB.Poder e deu algumas declarações sobre o filho do ex-presidente Lula, Fábio Luís Lula da Silva. O jornal Correio Braziliense apurou as informações e constatou que se tratavam de notícias fakes.
Com 815 mil seguidores em sua página no Instagram, Kicis é bastante ativa quando se trata de redes sociais. Entretanto, ela atualmente é investigada pelo STF no inquérito de fake news e em junho de 2020, foi citada em uma reportagem da Agência Pública, que constatou que suas redes sociais são monitoradas por empresas próximas ao governo Bolsonaro.
Em novembro de 2020 Bia Kicis foi denunciada por injúria racial no STF. A acusação aconteceu após a publicação de uma montagem com os rostos dos ex-ministros do governo Bolsonaro, Sergio Moro (ex-ministro da Justiça) e Henrique Mandetta (ex-ministro da Saúde). Na montagem, os dois estavam com os rostos pintados de negros, e na legenda Kicis sugeriu que ambos deveriam procurar emprego para negros.
De acordo com o levantamento do Aos Fatos de dezembro de 2020, Bia Kicis foi uma das personalidades políticas que mais divulgaram desinformação sobre a pandemia de Covid-19.
Última modificação em 27/07/2022 13:09
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