A urna eletrônica é usada no Brasil desde 1996 e em 6 eleições para a presidência da república
Afinal, O que é voto auditável? O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus apoiadores têm saído em defesa do "voto impresso" e contra a urna eletrônica, alegando que o sistema eleitoral brasileiro permite fraudes.
Sob a justificativa de que o voto impresso pode ser auditável, ou seja, passar por auditoria, existe até uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 135/19 sendo discutida no Congresso Nacional. A proposta quer instituir o voto impresso auditável já a partir das eleições de 2022.
O assunto divide opiniões e chegou a ser tema de lives do presidente em suas redes sociais. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por sua vez reforça que as urnas eletrônicas são 100% seguras.
Presidente do Tribunal, o ministro Luís Roberto Barroso ressalta que desde que entrou em uso nas eleições, em 1996, as urnas eletrônicas nunca tiveram nenhum registro de fraude.
Ao contrário do que se acontecia nos anos de voto impresso, quando os brancos viravam votos contados para determinados candidatos e urnas chegavam a desaparecer.
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Sem nem saber que o voto na urna eletrônica é auditável, a sociedade tem visto parlamentares e apoiadores do presidente, por exemplo, pedindo pelo "voto auditável" sendo que é possível auditar a urna eletrônica desde a sua implantação.
De acordo com o Tribunal, todo processo eleitoral é auditável. Isso porque existem diversas auditorias que podem e inclusive são feitas desde às vésperas do pleito.
Além das auditorias internas, feitas pelo próprio TSE, cidadãos, partidos políticos, fiscais de partidos, candidatos, OAB e Ministério Público podem realizar a fiscalização durante as etapas do processo.
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O Tribunal Superior Eleitoral elencou todas as oito diferentes possibilidades de auditoria nas eleições para não deixar margem de que o voto eletrônico também é auditável. Confira:
As urnas sorteadas são retiradas das seções de origem no sábado anterior à votação e instaladas nos TRE's, em salas com câmeras. As máquinas que serão auditadas são substituídas por novos equipamentos.
No domingo das eleições, a auditoria começa depois da emissão da "zerézima", todos os votos das cédulas são digitados na urna e também em um computador, com câmeras filmando os números digitados no teclado da urna.
Depois disso, a urna imprime um boletim de urna e os dados são comparados pela comissão de auditoria, sendo verificado se a urna funcionou regulamente e se os votos registrados correspondem exatamente aos votos das cédulas digitados na urna.
As urnas eletrônicas podem ser fraudadas?
Em uso desde 1996, o TSE nunca registrou nenhuma fraude nas urnas eletrônicas.
As urnas só gravam numericamente o voto dos eleitores. Depois que o eleitor deixou a cabine, o voto é embaralhado internamente e entre mecanismos de segurança, não tem chance nem do próprio TSE verificar quais candidatos foram escolhidos pelo eleitor.
Isso porque no Brasil, como é previsto na Constituição Federal, o voto é sigiloso.
Além de não ser possível identificar em quem o eleitor votou, não existe ligação da urna com a internet ou qualquer outro dispositivo de rede, ou seja, não é possível alguém "hacker" uma eleição, por exemplo.
A urna eletrônica tem mecanismos por onde o próprio eleitor e a sociedade podem verificar a segurança no sistema de votação. Um destes procedimentos é a cerimônia de votação paralela que de forma pública.
A urna eletrônica não é adotada em todas as regiões dos Estados Unidos, apenas em alguns estados. Tanto nos EUA quanto em outros países, a adoção ou não das urnas eletrônicas dependem da realidade eleitoral de cada lugar.
O Brasil, país que trabalha com as urnas desde 1996, não exporta nem compra modelo de urna que esteja no mercado. Aqui as urnas são próprias e de tecnologia desenvolvida para atender à realidade do Brasil.
Diversos países utilizam o voto eletrônico com regularidade, total ou parcialmente, e outros ainda estão testando e desenvolvendo soluções próprias.
Na lista de países que usam a urna eletrônica estão: Suíça, Canadá, Austrália e Estados Unidos, neste último a adoção do voto eletrônico acontece apenas em alguns estados.
Última modificação em 10/10/2022 17:55
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Ver Comentários
Eu gostaria de saber qual é a possibilidade de auditagem do período entre a digitação do voto e a efetiva computação do voto no boletim de urna.
Se a contagem de votos dentro da urna for incorreta (maliciosamente ou não), o boletim de urna irá conter e refletir o mesmo erro, independente de quantas vezes seja impresso.
Como auditar isso se, durante esse período, o voto original se perde?
Não vejo como tal sistema pode garantir que reflete corretamente o numero de votações físicas.
Para conhecer o sistema, basta ir ao site do tse ao invés de ficar ouvindo besteira nas lives do presidente...
Ao votar para Presidente meu marido disse que não apareceu a cara do candidato e ele não conseguiu confirmar o voto, pois a urna apagou, e isto não aconteceu só com ele, nem só na nossa cidade... Como se pode ter certeza que o voto foi computado e para o candidato votado?
Sou Suiço e posso dizer que na Suiça nã tem voto eletrônico! Foi testado durante alguns anos e depois cancelado por causa de problemas técnicas. Não sei como está a situação nos outros países citados, mas parece que tem polêmica e fake news nos dois lados!