Política

Retrospectiva 2020: 9 fatos que marcaram o governo Bolsonaro

O ano foi um dos mais marcantes para o presidente brasileiro eleito nas eleições em 2018, o parlamentar teve de enfrentar desafios internos e externos no país.

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Retrospectiva 2020 - O ano de 2020 foi marcado por inúmeros fatos e foi o ano mais marcante do governo Bolsonaro, por conta dos desafios que ele teve de enfrentar, como a pandemia ou os incêndios no Pantanal. Confira um balanço, com os principais fatos que aconteceram durante o segundo ano do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).

Veja também uma Retrospectiva geral do ano de 2020.

Covid-19 | Retrospectiva 2020

Foto: marcos de paula/prefeitura do rio

Um dos primeiros e maiores desafios do governo Bolsonaro foi enfrentar a pandemia do coronavírus e todos os problemas que vieram com ela, como a crise econômica. Contudo, o presidente teve outros fatores a driblar, já que se mostrou negacionista com relação à gravidade do vírus. Inclusive, Bolsonaro fez muitas falas polêmicas durante a pandemia.

Além disso, o presidente também ia contra as recomendações de profissionais da área da saúde e da própria OMS, como fazer quarentena ou isolamento social.

Briga da vacina

Foto: getty images

O mundo está em uma corrida de pesquisas e estudos para conseguir um imunizante eficaz contra o coronavírus para toda a população. Contudo, o presidente brasileiro não se mostra um grande apoiador da vacina. Bolsonaro já disse que a vacina não será obrigatória no Brasil. Além disso, já afirmou diversas vezes não confiar na vacina proveniente de uma fabricante chinesa, a CoronaVac.

João Dória (PSDB) trava um embate com o presidente desde o começo da pandemia. O governador de São Paulo anunciou que a vacinação no estado deve começar em janeiro do próximo ano. O Instituto Butantan firmou parceria com a Sinovac para produzir a vacina da China no país.

Entretanto, o governo federal, por sua vez, firmou parceria com a universidade britânica Oxford, que desenvolve outra vacina com o grupo farmacêutico AstraZeneca.

Auxilio emergencial | Retrospectiva 2020

No começo da pandemia, o Congresso aprovou a criação do auxilio emergencial de R$600,00 destinado aos brasileiros mais pobres para ajudar no sustento, pois a economia sofreu abalos com o novo vírus.

Sem condições de manter o auxilio, o governo já reduziu seu valor para R$ 300 a partir de setembro. O programa deve ser extinto em dezembro. No entanto, ainda não conseguiu viabilizar a criação de um novo programa social no lugar.

A ideia é que esse novo benefício, o Renda Cidadã, ficaria abaixo de R$ 300, mas acima do valor médio do Bolsa Família (cerca de R$ 189), que também seria extinto.

Queiroz preso

Foto: divulgação

O policial militar aposentado e ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) Fabrício Queiroz foi preso no início da manhã de 18 de junho em uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público de São Paulo. Queiroz estava em Atibaia, em uma casa pertencente ao advogado da família Bolsonaro.

Queiroz é investigado por participação em esquema de "rachadinha" na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), onde Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ocupou cadeira parlamentar antes de ser eleito senador. Na época de sua prisão, o governo Bolsonaro foi muito questionado sobre sua relação com Queiroz e o advogado.

Ainda faltam muitos esclarecimentos no caso Queiroz, como o motivo de ele estar na casa do advogado da família Bolsonaro.

Incêndios no pantanal | Retrospectiva 2020

Em setembro deste o pantanal sofreu com incêndios, que destruíram o equivalente a 10% do bioma. O local enfrentou mais de 25 mil focos de queimadas na região do Mato-Grosso.

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 12% da vida do Pantanal foi perdida decorrente do fogo que vem consumindo o local esse ano. Ainda segundo o Inep, essa foi a pior situação de incêndios que a região enfrenta desde 1999.

Segundo a perícia do estado do Mato Grosso do Sul, há indícios de incêndios feitos intencionalmente por humanos, ou seja, criminosos. Além disso, como o governo federal não teria demonstrado muita preocupação ou tomado atitudes para ajudar o local, por isso, foi alvo de muitas criticas.

Demissões e mais demissões

Sérgio moro ao lado de jair bolsonaro (foto: pr divulgação)

O governo Bolsonaro foi marcado em 2020 pelas várias demissões que ocorreram, principalmente no primeiro semestre. Entre elas é possível citar os dois ministros da saúde em menos de um mês, Henrique Mandetta e Nelson Teich. Regina Duarte, da secretaria de cultura, Osmar Terra da Secretaria Especial da Cultura para o Ministério do Turismo, Gustavo Canuto do ministério de Desenvolvimento Regional, Abraham Weintraub do ministério da educação. Além disso, o apoiador e aliado do governo, Sérgio Moro deixou o ministério da justiça em abril deste ano.

Apagão no Amapá | Retrospectiva 2020

Na noite do dia 3 de novembro, o Amapá sofreu com uma tempestade e, consequentemente, um incêndio nos geradores de energia do estado. Com isso, o sistema elétrico e hidráulico ficou comprometido em 13 dos 16 municípios do estado.

As pessoas da região ficaram semanas sem uma solução concreta para o problema e tiveram de conviver com o calor excessivo, filas enormes, falta de energia, internet, entre outros.

As eleições municipais na capital Macapá foram adiadas devido ao problema.

As pessoas se manifestaram fortemente para que o governo federal agisse para normalizar a situação no Amapá. O presidente novamente foi alvo de criticas, a população apontou que as autoridades não estariam fazendo o possível para resolver o problema do apagão.

Trump derrotado

Jair Bolsonaro nunca escondeu a admiração que tinha por Donald Trump. Além disso, o presidente adotou como principal pilar da sua política externa o forte alinhamento com Trump, pois ambos têm discursos conservadores e agressivos, diferente de Biden, que é mais moderado. Por isso, com a derrota do líder republicano a política de Bolsonaro pode sofrer alguns abalos.

O parlamentar, assim como Trump, demonstrou que não estava contente com o resultado das eleições americanas. O presidente brasileiro é um dos poucos líderes que ainda não congratulou o democrata, ao lado do presidente da Rússia, Vladimir Putin, e do presidente chinês Xi Jinping.

Eleições municipais 2020 | Retrospectiva 2020

Jair bolsonaro (sem partido) e marcelo crivella (republicanos) (foto: marcos correa/pr)

As eleições municipais de 2020 não tiveram um bom resultado para os candidatos apoiados por Jair Bolsonaro.

Contudo, nas capitais, os partidos de direita levaram a melhor e elegeram mais prefeitos. Do total de 61 candidatos apoiados pelo presidente, apenas 15 foram eleitos, nenhum nas capitais. Apenas dois deles chegaram ao segundo turno,  Marcelo Crivella (Republicanos), no Rio de Janeiro, e Capitão Wagner (Pros), em Fortaleza, mas ambos derrotados.

Em São Paulo, o candidato de Bolsonaro era Celso Russomano (Republicanos), mas não chegou ao segundo turno.

Última modificação em 28/07/2022 11:23

Luisa Eller

Jornalismo na PUC-SP, produtora de conteúdo e especialista em análise de SEO.

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