Explante de silicone: saiba tudo sobre o procedimento

Nos últimos meses, aumentou o número de mulheres que decidiram fazer o explante das próteses de silicone. E o principal motivo envolve problemas de saúde.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o Brasil tem o segundo lugar no ranking mundial desse tipo de intervenção. Além disso, a prótese de s é o procedimento mais famoso. Só em 2018, ele representou quase 20% das cirurgias. Mas, apesar dos números, o processo inverso também vem ganhando força. Isso porque a busca pelo explante de silicone está em franca expansão.  

Muitas famosas já contaram suas experiências. É o caso, por exemplo, de estrelas internacionais como Ashley Tisdale, Scarlett Johansson e Victoria Beckham. Enquanto isso, recentemente vimos por aqui as histórias de Evelyn Regly, Fernanda Neute e Amanda Djehdian.

No vídeo abaixo, a influencer Fernanda Neute comenta as razões que a levaram a fazer o explante de silicone.

Assim como Evelyn Regly, que fez um resumo da sua jornada para se livrar das próteses. 

 

O que é o explante de silicone?

 

O explante de silicone consiste em retirar a prótese do corpo sem substituir por outra. Essa, aliás, é uma prática bastante comum. Afinal, quem tem o implante precisa fazer uma revisão ou troca a cada 10 ou 25 anos. 

A cirurgia pode contar com anestesia local, condutiva ou geral. Para facilitar o acesso, costuma-se fazer uma nova cicatriz, diferente da cirurgia de colocação do implante. Às vezes é necessário usar  dreno. Porém, como é um procedimento ambulatorial, não requer internação, com alta algumas horas após o fim da cirurgia.

“Vale dizer que, no explante, a paciente pode ter que retirar o excesso de pele e flacidez. Isso vem como resultado do volume que as próteses causam na região. Além disso, a cicatriz final é em T invertido. Em geral, ela é maior do que a que foi feita na primeira cirurgia.” A explicação é do cirurgião plástico Paolo Rubez. Para resolver a flacidez, existem algumas opções, como o enxerto de gordura e a mamoplastia redutora. Eles podem ser realizados no momento do explante de silicone.

 

O que é a doença do silicone?

 

Mário Farinazzo, cirurgião plástico, diz que o explante de silicone ocorre, principalmente, por queixas ou desejos da paciente. E a tendência se explica por diferentes razões. Em primeiro lugar está o fato de que a mulher pode se arrepender do tamanho. Ademais, existe uma mudança no padrão de beleza atual. Isso porque, hoje, uma estética mais natural tem ganhado espaço. 

O explante de silicone tem a ver ainda com mudanças no estilo de vida, como avanço da idade ou ganho de peso. Por fim, também tem uma forte relação com sintomas ou complicações que surgem por conta das próteses. Nesse caso, a culpa pode ser da chamada ‘doença do silicone’. 

O cirurgião plástico Leônidas Varella informa que a prótese pode servir como um gatilho para o sistema imune. Que, por sua vez, desenvolve diferentes patologias. Isso porque a doença não apresenta sintomas específicos. “A lista de sintomas inclui dor muscular, fraqueza, fadiga crônica, distúrbios do sono, boca seca e perda de memória.”

De acordo com Mário, pode causar ainda dor nas juntas e de cabeça, depressão, alterações na pele, indisposição e até queda de cabelo. “No entanto, ainda não existe certeza se é o silicone que provoca tudo isso”, diz. “Acredita-se que algumas pessoas tendem a reações exageradas à presença da prótese no corpo. Principalmente quem tem histórico de doenças reumatológicas. Assim como psoríase, artrite reumatóide e lupus. Então, quando há essa rejeição, os anticorpos afetam o corpo inteiro.” Como resultado, muitas pessoas preferem fazer o explante de silicone.

 

Como é o diagnóstico?

Explante de silicone
Imagem: reprodução / pinterest

 

Segundo o médico, o diagnóstico é apenas clínico. “Pois não existe um exame de sangue ou imagem para comprovar a condição. Fazemos uma associação entre o silicone e os sintomas. Ademais, é preciso excluir outras causas para os sintomas. Só então podemos pensar que é por conta da presença da prótese. Mas não há ainda uma certeza, um estudo que tenha estabelecido essa doença.”

 

Quando o explante de silicone é necessário?

 

“O explante de silicone é recomendação médica em casos muito específicos. Hoje, retira-se apenas em infecções graves no local, que podem ocorrer logo após a cirurgia ou até anos depois. Mas se o diagnóstico da doença do silicone se concretizar, o caminho também passa a ser o explante. Nas demais situações, geralmente opta-se pela substituição da prótese. Além disso, também se considera, é claro, o desejo da paciente. E isso independe da motivação”, esclarece Leônidas. 

Entretanto, Paolo faz um alerta: “retirar as próteses não é garantia de que a paciente vai ficar assintomática. Pois existe uma minoria de casos, em torno de 25%, que podem permanecer com os sintomas”. Outra recomendação é o acompanhamento médico. “Todas as pessoas com próteses de silicone devem fazer exames mamários com frequência. Também devem procurar um médico se apresentarem qualquer sintoma.”

Quem vai fazer o explante de silicone deve estar muito seguro da decisão. “A pessoa tem que estar ciente, sobretudo, que a mama vai ficar menor. E que vai ter cicatrizes um pouco maiores. A dica é procurar um profissional habilitado, especialista, com boas referências. E se preparar para o resultado”, ressalta Mário. 

Por fim, o cirurgião avisa que as chances de ocorrer o problema são muito baixas. “O grupo de pessoas que precisa fazer o explante de silicone é pequeno. Porém, há pessoas que deveriam considerar não colocar a prótese, como pessoas com histórico de doença reumatológica.” 

Fontes
Paolo Rubez, cirurgião plástico. Leônidas Varella, cirurgião plástico da Clínica Leger. Mário Farinazzo, cirurgião plástico.

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