Alibaba recebe multa bilionária de órgão regulador da China

Empresa de comércio eletrônico foi multada em quase US$ 2,78 bilhões após ser considerada desleal com a concorrência

Autoridades chinesas multaram a gigante do comércio eletrônico Alibaba em 18,2 bilhões de yuans, equivalente a quase US$ 2,78 bilhões em conversão da moeda no valor de hoje. A empresa foi acusada pelo governo de exigir exclusividade dos comerciantes que queiram vender seus produtos na plataforma, impedindo o surgimento de concorrentes, informou a Alibaba no sábado, 10, e no domingo, 11.

A decisão do governo veio após investigação da Administração Estatal de Regulamentação do Mercado. No entanto, a agência de notícias oficial chinesa Xinhua não trouxe detalhes sobre o caso nem como a investigação foi conduzida. Informou, apenas, que o valor da multa foi definido como resultado da decisão dos reguladores de infligir uma multa de 4% sobre as vendas de 2019, que somaram 455,7 bilhões de yuans, ou aproximadamente US$ 69,5 bilhões.

"Desde 2015, o Alibaba abusou de sua posição dominante no mercado" para obter uma vantagem injusta por meio da exigência de exclusividade, disse o regulador na decisão. Esse comportamento teria reduzido o espaço da concorrência e até de inovação no setor, violando direitos de empresas e consumidores. A multa é a maior já aplicada em todo o mundo, representando quase três vezes mais do que  o valor de quase US$ 1 bilhão infligido à Qualcomm, em 2015.

China versus Alibaba

Ainda que a gigante do comércio eletrônico seja uma das principais forças da China, o governo e o Alibaba estão em uma disputa até então silenciosa desde 2020. A empresa, assim como outras grandes marcas nacionais de tecnologia, vêm sofrendo pressão do governo, já que usuários usam essas plataformas para se comunicar, fazer compras, pagar contas, reservar táxis, solicitar empréstimos e realizar tarefas do dia a dia.

Em outubro, o fundador do Alibaba, Jack Ma, criticou os reguladores chineses dizendo estarem vivendo no passado, depois que eles expressaram preocupação com as atividades do Ant Group, braço financeiro da Alibaba, em empréstimos, gestão de fortunas e seguros. Logo em seguida, o empresário ficou desaparecido por alguns meses, suscitando discussões e teorias sobre seu paradeiro. Mas ele acabou reaparecendo rapidamente no início do ano.

Em novembro, os reguladores chineses impediram o ingresso do Ant Group na bolsa de valores. O governo também está pressionando o Alibaba a se desfazer de uma ampla gama de ativos de mídia, incluindo uma potencial venda do South China Morning Post de Hong Kong. Além da companhia de Jack Ma, empresas como JD.com e Tencent, conglomerado de mídia, telecomunicações e jogos, estão na mira do governo.

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