Pragas do Egito: explicação bíblica e teorias científicas

Conheça a história das Pragas do Egito e descubra duas explicações científicas do porquê essas tragédias se desencadearam.

As pragas do Egito são relatos do livro do Êxodo, narrativa que compõe tanto a Bíblia, quanto a Torá. Nos dois casos, as escrituras relatam dez calamidades que atormentaram os egípcios, aproximadamente, no século XIII antes de Cristo.

Por mais que os cristãos conheçam a história, o relato recentemente ganhou destaque devido à novela "Os Dez Mandamentos", da Record, que em seguida virou filme.

Explicação bíblica das Pragas do Egito

A explicação bíblica para as dez pragas do Egito é que Moisés queria liderar o povo hebreu para fora do Egito, já que o grupo sofria com a perseguição e a escravidão. Entretanto, o faraó da época, que era avô adotivo de Moisés, não concordava com a ideia.

Então, Deus começa a provocar as pragas para mostrar ao Faraó a sua força e convencer o soberano a ceder e libertar os hebreus.

Assim, iniciam-se as pragas do Egito, com as águas se tornando sangue. Em seguida, as rãs invadem o território do Faraó e depois, os piolhos atacam a população. Na sequência, ocorre um enxame de moscas e uma peste mortal ataca os animais.

A sexta e a sétima praga são, por sua vez, úlceras no povo e nos bichos, e chuva de pedra ou granizo. Então, a oitava punição é uma nuvem de gafanhotos que escureceu o céu.

Na sequência, Deus provocou três dias de trevas no Egito, e por fim, a última praga foi um anjo da morte que levou todos os primogênitos dos egípcios. Inclusive, o do Faraó.

A família de Moisés foi poupada porque marcou a sua porta com sangue de cordeiro, obedecendo a ordem de Deus.

Nesse dia, Moisés conduziu o povo hebreu na fuga do Egito. Foi nessa passagem que Deus divide o oceano ao meio para permitir a escapada do grupo e  logo em seguida, retorna com a água para impedir que o exército do Faraó perseguisse os fugitivos.

 

Pragas do egito bíblia
Imagem: reprodução / unsplash

Explicação científica das Pragas do Egito

Apesar da narrativa religiosa em relação as pragas do Egito, existem dois estudos científicos famosos que são explicações alternativas à tragédia. A primeira teoria pertence ao físico inglês Colin Humphreys, autor do livro “Os Milagres do Êxodo”. Já a segunda é um documentário (O Êxodo Decodificado), que conta com a produção de James Cameron.

A explicação de Colin Humphreys credita as pragas do Egito a fenômenos naturais. Por outro lado, o documentário O Êxodo Decodificado aponta a erupção de um vulcão na ilha de Santorini, que ficava a 700 km das terras do faraó, como ponto de partida dos acontecimentos trágicos. Confira a seguir como cada teoria explica as pragas.

 

Explicação científica pragas do egito
Colin humphreys. Imagem: reprodução / christians in science uk

1ª praga: sangue no Rio Nilo

A teoria natural de Colin explica o vermelho do rio devido a proliferação de águas marinhas, ou o aparecimento de rochas que provocaram esse tingimento.

Enquanto isso, James Cameron argumenta que a erupção do vulcão provocou fissuras no rio. Dessa maneira, essas aberturas permitiram a entrada de gás nas águas do Nilo. Esses dois elementos misturados criaram uma ferrugem avermelhada na água.

 

2ª praga do Egito: proliferação de rãs

O professor inglês teoriza que as rãs apareceram nas casas, porque elas foram afastadas das margens do Nilo, devido as toxinas das algas.

Por outro lado, o produtor do documentário explica que os sapos foram para as regiões comerciais, visto que o gás liberado pela fissura do rio reduziu o nível de oxigênio da água, afastando a espécie do Nilo.

 

3ª praga: piolhos

A praga do Egito dos piolhos, segundo Colin, ocorreu por causa de uma mudança de temperatura (um temporal seguido de clima seco). Além disso, o inseto já era um problema da região

Na contramão, Cameron argumenta que os piolhos se manisfestaram devido a falta de higiene.

 

4ª praga: enxame de moscas

Em relação as moscas, o autor do livro explica que elas foram uma consequência da ausência dos sapos no rio. Já que o inseto faz parte da dieta do anfíbio.

Quanto ao documentário, ele menciona que os insetos se espalharam por dois motivos. O primeiro foi a falta de higiene, desencadeada pela escassez de água potável. Em segundo lugar, a água também implicou na morte de muitos animais. Logo, as carniças dos bichos atraíram as moscas.

 

5ª praga: peste ataca os animais

Para o britânico, a proliferação das moscas, em específico as conhecidas como "mosca de estábulo", mataram os animais. A espécie do inseto carrega um vírus fatal para vacas e cavalos.

Já para o documentarista, a ausência de água incitou o aparecimento de insetos, que se alimentavam picando os animais rurais. Os ferrões desses bichos contaminavam o gado e os cavalos com doenças.

 

6ª praga: úlceras

Ainda em relação a proliferação de insetos, o físico explica que espécies, como o mosquito Culicoides canithorax, foram responsáveis por infectar a população.

Entretanto, para Cameron, o rio estaria vazando um gás capaz de contaminar a população. O contato com esse vazamento gerava bolhas na pele e sensação de mal estar.

 

7ª praga do Egito: chuva de pedras

De acordo com a primeira teoria, a chuva de pedras é possível e pode ocorrer durante tempestades.

A segunda explicação, por sua vez, elabora que as cinzas do vulcão em contato com a atmosfera teriam provocado uma chuva de pedra e gelo no Egito.

 

8ª praga: nuvem de gafanhotos

A explicação da oitava praga do Egito para Colin é que o solo úmido da tempestade de pedras teria atraído os insetos. Além disso, ele acrescenta que as alterações ambientais poderiam influenciar na migração e no comportamento dos gafanhotos.

Cameron, todavia, acredita que a erupção do vulcão fez com que os gafanhotos migrassem. Ademais, ele menciona que enxames de gafanhoto são comuns na África.

 

9ª praga: trevas no céu

A nona tragédia das dez pragas do Egito foi causada por uma tempestade de areia (khamsin), um eclipse solar ou uma nuvem densa de gafanhotos, segundo a teoria do físico inglês.

O documentarista, entretanto, argumenta que a erupção do vulcão foi responsável por levantar nuvens densas e cinzas, que viajaram até o Egito.

 

10ª praga do Egito: morte dos primogênitos

Por fim, Colin interpretou que a morte do filho mais velho ocorreu porque ele é o primeiro dos irmãos a comer a comida. Logo, foi também o primeiro a ser contaminado pelo alimento sem higiene.

Já para Cameron, o falecimento do irmão mais velho aconteceu porque ele que dormia mais próximo do chão. Então, o primogênito foi o primeiro a ser contaminado pelo vazamento de dióxido de carbono -um dos gases liberados pela erupção.

 

Fontes: Pedagogia ao Pé da Letra, Super Interessante, Veja. 

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