Planalto impõe sigilo de até 100 anos a cartão de vacinação de Bolsonaro

Palácio do Planalto decretou sigilo alegando que são materiais íntimos. Não é a primeira vez neste ano que o presidente tenta esconder informações a seu respeito para a população

O Palácio do Planalto decretou sigilo de até 100 anos ao cartão de vacinação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a qualquer outra informação sobre as vacinas que o presidente tomou. 

 

Cartão de vacinação de Bolsonaro por meio da Lei de Acesso à Informação foi negado

A coluna do jornalista Guilherme Amado, da revista Época, fez o pedido por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI). Em resposta, a Presidência afirmou que os dados "dizem respeito à intimidade, à vida privada, à honra e à imagem" do presidente, e impôs um sigilo de até cem anos ao material.

 

O cartão de vacinação Jair Bolsonaro não foi o primeiro documento que foi privado da população. O presidente contraiu o vírus em julho e emitiu comunicados à imprensa. No entanto, no mês de maio, realizou exames para detectar a infecção, porém se recusou a mostrá-los. Em 13 de maio os resultados foram divulgados após determinação do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF). O Planalto estava a dois dias de desrespeitar o prazo estipulado pela Câmara para divulgar os documentos.

 

Bolsonaro e a minimização das vacinas

O presidente Jair Bolsonaro já fez críticas diversas vezes às vacinas contra a Covid-19, questionou por vezes a eficácia e a segurança dos imunizantes e declarou que não vai tomar nenhuma vacina. “Não vou tomar a vacina e ponto final. Se alguém acha que a minha vida está em risco, o problema é meu e ponto final”, afirmou ele em 15 de dezembro. 

 

Bolsonaro disse, ontem (7), que vacina emergencial contra covid-19 não é segura: “quem é que vai tomar vacina aqui? Não estou fazendo campanha nem contra nem a favor. A vacina emergencial não tem segurança ainda e ninguém pode obrigar alguém a tomar algo que você não tem certeza das consequências”, afirmou Bolsonaro a apoiadores na frente do Palácio do Alvorada.

 

Bolsonaro também fez críticas específicas ao imunizante da Pfizer, nas quais alegou a possibilidade dos vacinados com ela poderiam se tornar jacarés - o que levou a uma onda de reprovação e memes vindo da população. Confira o trecho: “lá na Pfizer, tá bem claro lá no contrato: ‘nós não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral’. Se você virar um chi… virar um jacaré, é problema de você, pô. Não vou falar outro bicho, porque vão pensar que eu vou falar besteira aqui, né? Se você virar super-homem, se nascer barba em alguma mulher aí ou algum homem começar a falar fino, eles não têm nada a ver com isso. Ou, o que é pior, mexer no sistema imunológico das pessoas”, disse.

 

Quando começa a vacinação no Brasil?

O ministro Eduardo Pazuello, na live semanal do presidente desta quinta-feira (7), disse novamente que, na "melhor hipótese", o Plano Nacional de Imunização (PNI) começa em 20 de janeiro. Numa previsão que Pazuello chamou de "média", o período de início se estende até 10 de fevereiro. Já em uma hipótese mais demorada, a campanha começaria em março. O presidente afirmou que o governo federal não impedirá a imunização contra a Covid-19 em clínicas privadas. 

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