Guedes diz que não vai furar teto de gastos e defende privatizações

Ministro da Economia afirma que a saída se trata de uma “irresponsabilidade com as futuras gerações”

Em evento pela revista Exame, nesta quarta-feira (18), o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o governo não optará por furar a regra do teto de gastos, a "saída fácil". Dessa maneira, a ação se configuraria como uma "irresponsabilidade com as futuras gerações". Ademais, defendeu a privatização de estatais como maneira de arrecadar mais dinheiro.

 

Mais dinheiro com privatizações

"O teto foi colocado lá sem paredes. Colocaram o teto, mas não havia paredes, que são as reformas. E o pior, com um piso que sobe o tempo inteiro, espremendo os gastos do governo contra o teto. A saída fácil é furar o teto de gastos. Nós não faremos isso. Isso é uma irresponsabilidade com as futuras gerações", concluiu o ministro nessa quarta-feira.

Além disso, Paulo Guedes defendeu a privatizações de empresas estatais, como a Eletrobras e os Correios, como maneira de arrecadar mais dinheiro. De acordo com Guedes, o Brasil poderia obter quase R$ 1 trilhão com a venda de estatais e quantia semelhante se vender imóveis da União.

 

O que é o teto de gastos?

A Emenda Constitucional nº 95 de 2016, válida até 2036, estabelece que o teto de gastos públicos  cresçam acima da inflação do ano anterior. Publicada durante o governo de Michel Temer, a decisão congela por 20 anos o orçamento para despesas públicas. Assim, o limite de gastos para cada ano será o equivalente à despesa do ano anterior com correção da inflação. O indicador da inflação é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que considera o acumulo de 12 meses iniciados em junho. Portanto, não há aumento real.

Com o estado de calamidade pública anunciado devido à pandemia, com início em 20 de março, a União pode efetuar gastos acima do teto devido ao momento excepcional sem ferir a regra fiscal. Em outubro, o ministro da Economia Paulo Guedes se reuniu com o Presidente da República, Jair Bolsonaro, e com ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. O objetivo foi para tratar de possíveis soluções para realizar investimentos públicos sem “furar” o teto de gastos. O ministro se encontrou também com o relator do Orçamento Geral da União de 2021, o senador Márcio Bittar. Então, após as conversas, Guedes faz algumas declarações.

“Estamos todos conversando sobre remanejamento de verbas, ninguém estava querendo furar teto” disse o ministro, “existe muita confiança do presidente em mim e existe muita confiança minha no presidente”. Assim, a ideia era redirecionar R$ 15 bilhões que sobraram de duas medidas provisórias vigentes durante a pandemia.

 

Leia também:

Auxílio Emergencial continuará se houver 2ª onda de covid-19, diz Guedes

CPMF: Paulo Guedes afirma que imposto digital talvez não seja implementado

Você pode gostar também
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você esteja de acordo com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. Aceito Mais detalhes