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Protestos contra racismo explodem no Brasil após assassinato no Carrefour

Os protestos no Carrefour repercutiram em várias cidades e capitais do Brasil, e aconteceram no Dia da Consciência Negra

Na noite de quinta-feira (19), João Alberto Silveira Freitas, negro, 40 anos, foi espancado e morto em um supermercado Carrefour de Porto Alegre. Após o assassinato, revolta e indignação tomaram o país, vários atos de protesto foram registrados nesta sexta-feira (20), no Dia da Consciência Negra.

Confira alguns vídeos e imagens que repercutiram o caso nas redes sociais, durante as manifestações em Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e outras cidades. As hashtags #Carrefour, #justicaporbeto e #VidasPretasImportam, estavam nos assuntos mais comentados do Brasil.

Veja: o que se sabe sobre o assassinato de João Alberto em Carrefour no RS.

Porto Alegre

Foto: matheus beck/g1/reprodução da imagem

Em Porto Alegre, cerca de 2.500 mil pessoas se reuniram em frente ao Carrefour, onde aconteceu o crime. A princípio o protesto estava pacífico, muitas placas e cartazes foram levantados com frases que expressavam a revolta - "Parem de nos matar", "Vidas negras importam", "Justiça por João Beto", entre outros. Quase duas horas depois, um grupo de pessoas tentou invadir o supermercado fechado, alguns jovens chegaram a derrubar o portão de acesso ao estacionamento e quebraram janelas de vidro.

A Brigada Militar interveio com bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os indivíduos do portão, mas pessoa conseguiu invadir o local e ateou fogo em alguns materiais. O protesto contra a morte de João Alberto acabou e alguns resquícios do ato permaneceram, como a pichação "Polícia genocida" na parede do Carrefour.

Protestos em São Paulo

Em São Paulo, manifestantes da Marcha da Consciência Negra protestavam contra a assassinato de João, quando invadiram o Carrefour localizado na Avenida Paulista. Segundo relatos e vídeos nas redes sociais, houve depredação do estabelecimento e até mesmo uma parte do interior do supermercado foi ateada fogo. Ninguém se machucou e os organizadores encerram o ato. A polícia só chegou no local quando o protesto havia terminado.

Belo Horizonte

Em Belo Horizonte, os manifestantes protestaram em frente a dois supermercados do Carrefour, um no centro da cidade e outro no interior de um shopping center. O protesto foi organizado pelo Núcleo Rosa Egípciaca Negros, Negras e Indígenas, e contou com a presença do rapper Djonga.

Protestos no Rio de Janeiro

O protesto contra a morte de João Alberto aconteceu na Barra da Tijuca, os manifestantes entraram no supermercado Carrefour e fecharam o estabelecimento, após pedirem ao gerente. Durante o ato, as pessoas gritavam frases como "Vidas negras importam", "Parem de nos matar" e "Assassinos".

Curitiba e outras cidades

Outros protestos foram realizados em Brasília (DF), Curitiba e Ponta Grossa no Paraná, Osasco (SP) e Santa Maria (SC). Veja alguns registros dos atos na internet:

Repercussão internacional

O caso de João Alberto foi associado por muitas pessoas ao assassinato do americano negro George Floyd. O rapaz foi morto em 25 de maio deste ano, por um policial branco que, após imobilizá-lo, pressionou seu pescoço com joelho durante nove minutos, asfixiando-o. Na ocasião, protestos antirracistas foram realizados em diversos países, em grandes proporções.

Quanto à morte de João, alguns sites de notícias do exterior - como o The Guardian, Reuters, BBC World e Euro News - publicaram matérias relatando o assassinato e os consequentes protestos que foram realizados.

Última modificação em 28/07/2022 14:23

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