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Hoje tem gol do Ribamar? Por que os vascaínos estão tão animados

A música que embala a boa fase do Vasco foi criada bem antes da boa arrancada do time no Brasileirão 2020; conheça a origem do bordão "hoje tem gol do Ribamar"

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Na quarta rodada do Brasileirão 2020, o Vasco alcançou a liderança do campeonato pela primeira vez desde 2012. Foram oito anos de sofrimento nas ligas nacionais, incluindo duas passagens sem título pela Série B. Com a vitória sobre o Ceará por 3 a 0 no dia 20 de agosto, os vascaínos comemoraram o aniversário de 122 anos do clube da melhor maneira possível. E com uma música grudada na cabeça: "Hoje tem gol do Ribamar, Ribamar...".

O atacante Lucas Ribamar foi o autor do terceiro gol da vitória sobre o Ceará, que fez o Vasco ultrapassar o Inter no saldo de gols e quebrar o jejum de oito anos sem alcançar a liderança do Brasileirão. Mas a musiquinha foi criada bem antes. Mais especificamente em outubro de 2019, depois da vitória por 2 a 1 sobre o Botafogo pelo Brasileirão. Com direito a um golaço de Ribamar.

Hoje tem gol do Ribamar

Na época, o bordão "hoje tem gol do Gabigol" começava a bombar entre os flamenguistas. Assim, os vascaínos resolveram entrar na brincadeira e abraçaram o atacante, que chegou ao Vasco no começo de 2019 e vinha sendo perseguido por perder muitos gols fáceis. O mais difícil, no entanto, ele fez. E aquele golaço de fora da área contra o Botafogo inspirou o funkeiro MC Nandinho a compor a homenagem "Hoje tem gol do Ribamar".

Atualmente, Lucas Ribamar é reserva no Vasco, que tem no artilheiro argentino Germán Cano a sua principal referência ofensiva. O ataque titular também é formado pelos jovens Talles Magno, de 18 anos, e Vinícius, de 19, ambos formados na base vascaína. Ribamar é o talismã que entra depois do intervalo. Mas ele não é o único "xodó" da torcida neste time.

Paz de Bastos

Reprodução/twitter

A torcida do Vasco tem uma relação de amor e ódio com o volante Fellipe Bastos. Ele é o único remanescente da última temporada vitoriosa do clube, em 2011. E apesar da perseguição de muitos torcedores devido à falta de combatividade no meio-campo, ele chuta muito bem de fora da área e está entre os artilheiros do Brasileirão, com três gols em quatro jogos.

A boa fase de Fellipe Bastos resgatou um meme antigo, criado lá em 2013: a "Pas de Bastos" (escreve-se desse jeito errado, mesmo). Afinal, o volante sempre foi conhecido por comandar a resenha no vestiário e as dancinhas nas comemorações. Virou "Deus" da zoeira, até que o meme evoluiu para a imagem santificada de Fellipe erguendo as mãos para o céu. Portanto, a brincadeira não tem a ver com o fato de ele ser o "salvador" do time, apesar de seu importante papel nas últimas vitórias.

Ramonismo

Para completar a tríade de memes da boa fase do Vasco, não podia faltar o Ramonismo, nome dado ao estilo de trabalho do técnico Ramon Menezes. Ídolo do time, Ramon conquistou de tudo no fim da década de 1990. Já trabalhava no clube como auxiliar e assumiu o cargo de treinador após a saída de Abel Braga. Desde então, o Vasco ainda não perdeu.

Boa parte da mística do Ramonismo se deve justamente ao fato de que ele conseguiu tirar o melhor de jogadores como Ribamar e Fellipe Bastos, que conviviam com críticas da torcida e viraram heróis improváveis. Além disso, o time de Ramon tem se destacado na defesa. No Brasileirão, sofreu apenas um gol, de pênalti, na vitória por 2 a 1 contra o São Paulo.

Rafael ribeiro/vasco

Pode-se dizer, no entanto, que o grande responsável pela fase animadora do Vasco é o próprio torcedor. Foi ele, afinal, quem criou todos esses cantos, memes e personagens. E não deixou o time na mão nem nos piores momentos. O maior exemplo disso foi a associação em massa no ano passado, quando o Vasco se tornou o clube com maior número de sócios torcedores no Brasil. Em 2020, o lançamento da nova camisa da Kappa se tornou o maior do ano, superando Flamengo e Corinthians. Portanto, se hoje tem gol do Ribamar, ainda não sabemos, mas o certo é que a torcida vai continuar cantando.

Última modificação em 29/07/2022 10:20

Rafael Bruno

Jornalista esportivo desde 2008, trabalhei em duas Copas e três Olimpíadas na redação do UOL Esporte, além de coberturas in loco de UFC, Fórmula 1 e Copa Davis.

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