Finanças

Juros baixos e preços atraentes: é hora de comprar imóvel?

Bancos que trabalham com o crédito habitacional não ajustaram os juros cobrados no financiamento da casa própria

Escrito por

As taxas de juro do financiamento imobiliário não se mexeram após a retomada de alta da taxa básica de juros, a Selic, que subiu 0,75 ponto porcentual, de 2% para 2,75% ao ano, na última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), em março. Por isso, muitos especialistas veem o momento como boa oportunidade para a compra de imóvel.

Até agora, os bancos que trabalham com o crédito habitacional não tomaram a iniciativa de ajustar os juros cobrados no financiamento da casa própria, apesar do avanço da Selic. Para especialistas, os agentes financeiros estão à espera dos próximos movimentos do Banco Central (BC), em relação à trajetória do juro básico, para possível decisão.

Até porque, após ter sinalizado nova alta da Selic na reunião de maio, o BC não deu mais indicação nessa direção e até sinalizou que que a decisão poderá ser outra, dependendo da evolução do cenário macroeconômico. E também dos juros americanos que, se antes embutiam expectativa de alta, agora parecem mais inclinados à estabilidade, de acordo com as autoridades econômicas americanas.

Juros estabilizados em patamares historicamente baixos no crédito imobiliário e preços de imóvel ainda relativamente baixos, em lenta recuperação, mantém a compra da casa própria como negócio interessante, afirmam especialistas em mercado imobiliário. Uma oportunidade a ser aproveitada.

Incertezas econômicas são risco ao financiamento de imóvel

A expectativa é positiva também por parte da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), que, pelos empréstimos fechados até agora, prevê para este ano a concessão de volume total de R$ 160 bilhões em empréstimo habitacional, crescimento de 27% em relação a 2020.

As condições financeiras são atraentes, os imóveis estão ainda com preços atraentes, mas a grande dúvida de quem pretende comprar a casa própria agora é o cenário de incerteza econômica provocada pelo coronavírus.

A insegurança é grande e não cabe nem sequer um planejamento mais consistente por causa das dúvidas que que cercam o futuro da economia, do emprego e de condições mínimas para bancar um contrato de longa duração, como é o de financiamento habitacional.

Uma das formas de diluir esse risco, para especialistas, é dar boa reserva de recursos como entrada do imóvel, juntando os recursos do FGTS, para quem tem saldo na conta vinculada. É uma forma de encurtar o prazo do contrato e reduzir o valor das prestações mensais.

À exceção dos recursos que formam a reserva de emergência, de acordo com especialistas, qualquer outro dinheiro que estiver na renda fixa, com baixa remuneração, também teria uma destinação mais interessante se empregado na compra da casa própria.

Última modificação em 26/07/2022 12:09

Regina Pitoscia

Foi colaboradora das revistas Exame, Cláudia e Nova. Formada em jornalismo pela Escola de Comunicação e Artes da USP, cursou Extensão Universitária em Economia na Fundação Getúlio Vargas (FGV) São Paulo e na Faculdade de Economia e Administração da USP, Extensão Universitária em Mercado de Capitais e Finanças Pessoais no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), e Máster em Varejo pela FIA-USP. Recebeu Prêmio Esso de Jornalismo/Economia, de 1989, com reportagem “Seu Fundo de Garantia pelo Ralo”. Atuou como editora dos Cadernos de Finanças Pessoais: “Seu Dinheiro” no Jornal da Tarde, “Suas Contas” e “Fundos & Cia” no Estadão.

Compartilhe
Escrito por