Finanças

Perspectivas para o mercado financeiro em junho

Otimismo de investidores pode ser afetado por uma terceira onda da covid e pelo aumento nos gastos do governo

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Maio terminou com os investidores mais otimistas e a expectativa para junho continua positiva, de acordo com especialistas. Mas existem algumas preocupações pela frente que podem mexer com o humor do mercado financeiro em junho. Uma delas é a terceira onda da pandemia de coronavírus, uma perspectiva preocupante, aponta Ariane Benedito, economista da CM Capital. A principal dúvida dos investidores está relacionada às medidas que os governos, sobretudo de Estados e municípios, podem adotar para combater o recrudescimento da pandemia.

“Medidas como lockdown podem prejudicar a recuperação de atividade e gerar uma reação negativa dos mercados.”  Outro ponto importante, destaca, é o ritmo de vacinação, que continua bastante lento.

Mais uma  fonte de preocupação do mercado financeiro em junho é a crise no setor de energia elétrica, devido à falta de chuva que compromete o nível dos reservatórios, e principalmente pela adoção da bandeira vermelha, com reajuste adicional na conta de luz, podendo impactar negativamente o resultado das empresas. Ariane afirma que, embora avalie o fenômeno como sazonal, não vê ainda as empresas do setor precificando a crise.

Mercado atento a dados em junho

A economista da CM Capital considera que dois dados que serão conhecidos neste início de mês podem moldar o sentimento dos investidores e desenhar o cenário para o mercado financeiro em junho, que, para ela, começa com tom positivo.

O primeiro é o resultado do PIB do primeiro trimestre divulgado pelo IBGE nesta terça-feira. O outro são os dados do nível de emprego e renda que serão divulgados nos Estados Unidos na sexta-feira.

A expectativa do mercado financeiro em junho é que os dados apontem uma alta em torno de 0,50% a 0,55% do PIB brasileiro no primeiro trimestre, resultado que manteria o mercado animado, avalia Ariane, que prevê uma expansão de 4% para o indicador em 2021. “Os dados que indiquem perspectiva positiva para a atividade econômica no País podem ser determinantes para a trajetória dos mercados no mês.”

Outro ponto de atenção do mercado financeiro é uma eventual extensão do auxílio emergencial, se houver agravamento da pandemia, com a terceira onda do coronavírus. “Se for adotada a prorrogação, as preocupações com a questão das contas públicas voltam ao radar do mercado financeiro, porque potencializa o déficit fiscal.”

O mês que começa tem pela frente ainda nova reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que definirá a nova taxa básica de juros, a Selic, que está em 3,50% ao ano e está rodando abaixo da inflação, impondo perdas às aplicações financeiras que remuneram com juros.

Última modificação em 25/07/2022 13:07

Regina Pitoscia

Foi colaboradora das revistas Exame, Cláudia e Nova. Formada em jornalismo pela Escola de Comunicação e Artes da USP, cursou Extensão Universitária em Economia na Fundação Getúlio Vargas (FGV) São Paulo e na Faculdade de Economia e Administração da USP, Extensão Universitária em Mercado de Capitais e Finanças Pessoais no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), e Máster em Varejo pela FIA-USP. Recebeu Prêmio Esso de Jornalismo/Economia, de 1989, com reportagem “Seu Fundo de Garantia pelo Ralo”. Atuou como editora dos Cadernos de Finanças Pessoais: “Seu Dinheiro” no Jornal da Tarde, “Suas Contas” e “Fundos & Cia” no Estadão.

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