Finanças

Respeite o seu perfil de investidor ao escolher aplicações

Especialistas lembram que é preciso levar em conta apetite ao risco e os planos de vida por trás do investimento feito

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A diversificação de aplicações no mercado de investimentos deve ser feita com planejamento e cautela, sem pressa e respeitando o seu perfil de investidor.

O ainda baixo nível da Selic, apesar da retomada do ciclo de alta, e inflação em alta têm levado investidores a virar as costas para a renda fixa, sem adoção de critério mais prudente, em direção à renda variável. Uma atitude que, em busca de melhor rentabilidade, deixa de lado o item liquidez, importante para situações de emergência que exijam saque imediato do dinheiro aplicado.

Dinheiro para ser usado em emergências deve ir para títulos: tesouro selic, cdb-di, lci, lca e fundos-di

Especialistas recomendam que o investidor, em caso de alterações na carteira, não deixe de considerar seu perfil de investidor em relação ao apetite a risco e a seu plano de vida e sonhos. Objetivos como a compra da casa própria, compra ou troca de carro, realização de uma viagem, aposentadoria complementar com conforto, dentre outros planos.

A escolha dos investimentos deve ser cotejada, sobretudo quanto ao tempo de duração, com os planos que o investidor tem para o dinheiro. O ponto central, nesse item, é a avaliação de sua necessidade pessoal em relação ao emprego do dinheiro no curto, médio e longo prazos.

Como diversificar as aplicações

A estratégia que os especialistas indicam no cenário de juros nominais baixos e de inflação em alta – a taxa básica de referência, a Selic, está em 2,75% ao ano para uma inflação anual em torno de 5% estimada pelo mercado financeiro – é diversificar. Quer dizer, distribuir o dinheiro entre opções de menor risco na renda fixa, atreladas ao CDI, e as de risco mais elevado, na renda variável, ligadas à bolsa de valores.

Um porcentual dos recursos da carteira, referentes à necessidade de caixa para atendimento às eventuais urgências, pode ir para aplicações em títulos, como o Tesouro Selic, CDB-DI de bancos, LCI, LCA e fundos DI.

O Tesouro Selic é um título da dívida pública que o investidor pessoa física compra na plataforma do Tesouro Direto; o CDB-DI é o Certificado de Depósito Bancário atrelado ao juro DI emitido pelos bancos, que oferece rendimento e liquidez diária após 30 dias. A LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) são letras emitidas por bancos que têm o rendimento isento de imposto de renda.

Formação de reserva no longo prazo

A reserva de dinheiro que não tem compromisso com tempo das aplicações, a chamada poupança de médio e longo prazo, teria como melhor destinação, de acordo com especialistas, o Tesouro IPCA. São títulos ofertados para pessoa física, para compra pela internet, na plataforma do Tesouro Direto. Atrelados à inflação, eles rendem juro real prefixado e correção monetária pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

O leque de opções vai além para o investidor que, de acordo com seu perfil e expectativa de retorno de mais longo prazo, tem propensão a correr mais risco. A indicação de especialistas são classes de ativos como ações, fundos de ações, fundos imobiliários e fundos de investimento no exterior.

Última modificação em 26/07/2022 13:55

Regina Pitoscia

Foi colaboradora das revistas Exame, Cláudia e Nova. Formada em jornalismo pela Escola de Comunicação e Artes da USP, cursou Extensão Universitária em Economia na Fundação Getúlio Vargas (FGV) São Paulo e na Faculdade de Economia e Administração da USP, Extensão Universitária em Mercado de Capitais e Finanças Pessoais no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), e Máster em Varejo pela FIA-USP. Recebeu Prêmio Esso de Jornalismo/Economia, de 1989, com reportagem “Seu Fundo de Garantia pelo Ralo”. Atuou como editora dos Cadernos de Finanças Pessoais: “Seu Dinheiro” no Jornal da Tarde, “Suas Contas” e “Fundos & Cia” no Estadão.

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