Mulheres que correm com os lobos é um livro escrito pela Dra. Clarissa Pinkola Estés, uma psicanalista junguiana (escola de pensamento fundada por Carl Jung) com mais de 40 anos de carreira. A obra analisa a ‘natureza instintiva feminina” com base em 19 mitos, lendas e contos de fada produzidos pela humanidade.
Se você gosta de ver a seção de livros mais vendidos da Amazon, provavelmente se deparou com a obra “Mulheres que correm com os lobos” ocupando o primeiro lugar. O livro lançado em setembro de 1992 tem resenhas muito positivas no site: “É aquele livro que todas as mulheres deveriam ler”; “esse livro é um grande achado para a mulher que sente-se perdida.”
Mas qual o motivo de um livro com 28 anos ser tão relevante? Entenda a questão.
Mulheres que correm com os lobos é um livro de 520 páginas escrito pela Dra. Clarissa Pinkola Estés, uma psicanalista junguiana com mais de 40 anos de carreira. A obra analisa a ‘natureza instintiva feminina” com base em 19 mitos, lendas e contos de fada produzidos ao redor do mundo. A obra tornou-se rapidamente um sucesso estrondoso quando foi lançada em 1992 e permaneceu 145 semanas na lista do New York Times de livros mais vendidos.
As investigações da psicanalista na obra revelam o arquétipo da mulher selvagem, “cujas qualidades foram perigosamente domadas por uma sociedade que prega a virtude de ser boazinha.” Como resultado dessa linha de pensamento, a obra fornece uma visão bem embasada e profunda sobre a condição feminina na sociedade, sua natureza e sua ancestralidade.
"Eu sempre tive as pautas feministas como algo para a minha vida, mas ele foi um livro muito importante para reforçar certos pontos comuns para o cotidiano da mulher; ele acaba fazendo com que nós mulheres prestemos mais atenção aos nossos desejos e às situações que vivemos", explica a artesã Nina Sotos, de 19 anos.
Confira uma análise do livro feita por Fernanda Evlaine, mentora de desenvolvimento pessoal:
A atriz Emma Watson incluiu o livro em seu clube do livro feminista. Imagem: @oursharedshelve/Instagram
Surpreendentemente, a pandemia pode ser um dos aspectos que impulsionaram a busca por Mulheres que correm com os lobos. O setor dos livros aumentou suas vendas em mais de 31% durante o isolamento.
A busca pelo autoconhecimento também aumentou durante o período de isolamento. Segundo a Monja Coen, pensadora zen budista, a busca pelo autoconhecimento na pandemia é "um ótimo antídoto" para as aflições. “Você perceber o que está acontecendo com você é a única maneira de você ter algum controle. E não é controlar as emoções. É percebê-las e deixar que passem”, afirmou a religiosa em participação no programa Impressões.
Contudo, mesmo com esse empurrão recente, vale ressaltar que o livro já possuía grande destaque antes da pandemia. A editora Rocco (responsável pela atual edição do livro no Brasil) reconhece o título como um longseller, ou seja uma obra que vende bem há muito tempo. Mulheres que correm com os lobos também foi impulsionado após a atriz americana Emma Watson incluir a obra de Pinkola Estés em Our Shared Shelf, seu clube do livro feminista. Quando anunciou a escolha da obra em 2017, Watson explicou que livro é capaz de “iluminar um caminho de volta ao estado natural”. Sem dúvida, vale conferir o livro mais vendido da Amazon.
Em mulheres que correm com os lobos, Dra. Clarissa Pinkola Estés desdobra ricos mitos interculturais, contos de fadas, contos populares e histórias, muitos de suas próprias tradições, para ajudar as mulheres a se reconectar com os atributos ferozes, saudáveis e visionários dessa natureza instintiva. Por meio das histórias e comentários neste livro notável, recuperamos, examinamos, amamos e compreendemos a Mulher Selvagem, e a colocamos contra nossas psiques profundas como alguém que é tanto magia quanto medicina.
Vamos agora dar uma olhada em cinco trechos para refletir sobre a obra.
“Ser nós mesmos faz com que sejamos exilados por muitos outros e, ainda assim, cumprir o que os outros querem faz com que sejamos exilados de nós mesmos.”
Esta citação é sobre crescimento pessoal e auto realização. A coragem de ser você mesmo em qualquer situação, independentemente do que seja.
“ Ser forte não significa desenvolver músculos e flexionar. Significa encontrar a própria luminosidade sem fugir, conviver ativamente com a natureza selvagem à sua maneira. Significa ser capaz de aprender, ser capaz de suportar o que sabemos. Significa permanecer e viver ”.
Esta é uma das ideias mais preciosas em Mulheres que Correm com Lobos. Pense em como hoje alguns ainda definem as mulheres como "o sexo mais fraco". Fraqueza e fragilidade sempre estiveram associadas ao sexo feminino.
“Embora o exílio não seja algo desejável para se divertir, há um ganho inesperado com ele; os dons do exílio são muitos. Ele tira a fraqueza com golpes. Ele remove relinchos, permite um insight agudo, aumenta a intuição, concede o poder de observação e perspectiva aguçada que o 'insider' nunca pode alcançar. ”
O exílio também é entendido como o ato de deixar para trás o conhecido e saltar para o desconhecido - solidão, incerteza, estranheza. De acordo com a autora, ele capacita novas capacidades dentro de nós e nos ensina habilidades e qualidades como introspecção , segurança, observação e abertura.
“Nossa fome secreta de ser amada não é bela. Nosso desuso e mau uso do amor não são bonitos. Nossa falta de lealdade e devoção é desamorosa, nosso estado de separação da alma é feio, baseado em verrugas psicológicas, inadequações e fantasias da infância. ”
A autora compara o comportamento feminino ao comportamento dos lobos. Ela diz que a mulher de hoje foi separada de seu eu selvagem. Ela não está mais conectada à sua essência instintiva e não reconhece sua própria força, liberdade e valor.
“No entanto, o amor em sua forma mais plena é uma série de mortes e renascimentos. Abandonamos uma fase, um aspecto do amor, e entramos em outro. A paixão morre e é trazida de volta. ”
Segundo a obra, o amor é a única força que nunca pode ser extinta para sempre. É uma entidade transformadora que se espalha, faz crescer e morre para renascer novamente. Algo que pode tirar a vida e depois devolvê-la.
Última modificação em 29/07/2022 08:50
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