Confira quais são as orientações do manual, além dos princípios norteadores e entenda porque, no mês de setembro, o Ministério da Agricultura pediu a revisão do guia.
O Guia Alimentar da População Brasileira é um documento brasileiro elaborado pelo Ministério da Saúde de orientações básicas e gratuitas. O manual é reconhecido internacionalmente por ser uma referência acessível e abrangente quanto a alimentação saudável.
Além disso, ele já foi indexado mais de 400 vezes no PubMed, que é um motor de busca de citações e resumos de artigos de investigação em biomedicina.
A primeira edição do guia é de 2006 e a segunda de 2014, quando passou por um processo de consulta pública e revisão de informações.
Nele, aponta-se os principais obstáculos quanto a alimentação saudável, que são o acesso a informação de qualidade, a oferta e o custo de alimentos saudáveis, as habilidades culinárias, o tempo para realizar preparos e a publicidade da indústria alimentícia.
Confira abaixo como o Guia Alimentar tenta solucionar esses desafios para a promoção de uma alimentação saudável e a redução de doenças crônicas. Como por exemplo, a hipertensão e a diabetes.
O Guia Alimentar possui medidas práticas para auxiliar a população a comer de maneira mais saudável. Então, primeiramente, vale dar uma olhada nos princípios do documento:
Agora que já observamos os princípios, vêm, em segundo lugar, as orientações práticas, que norteiam o dia a dia da alimentação familiar.
Os alimentos in natura originam diretamente das plantas e dos animais, e não sofrem qualquer alteração após deixarem a natureza.
Os culinários, por outro lado, sofrem alterações por meio de processos como a hidrogenação e hidrólise, e são utilizados principalmente em preparos. Por exemplo, farinhas, óleos, gorduras e sais.
Enquanto isso, os processados vêm da indústria com adição adição de sal, de açúcar ou de outras substâncias de uso culinário a fim de torná-los mais agradáveis e duráveis ao paladar. Eles são conhecidos como versões de alimentos originais. Por exemplo, extratos de tomate, frutas em calda e atum enlatado.
Já os alimentos ultraprocessados, segundo o Guia Alimentar, "são formulações industriais feitas inteiramente ou majoritariamente de substâncias extraídas de alimentos (óleos, gorduras, açúcar, amido, proteínas), derivadas de constituintes de alimentos (gorduras hidrogenadas, amido modificado) ou sintetizadas em laboratório com base em matérias orgânicas como petróleo e carvão."
Ademais, o manual indica alguns alimentos ultraprocessados. Por exemplo, sorvetes, balas e guloseimas em geral, cereais açucarados, misturas para bolo, barras de cereal, sopas, macarrão e temperos ‘instantâneos’, dentre outros.
Apesar do Guia Alimentar ter passado por consulta pública e ser referência na educação alimentar, não só para defensores da alimentação natural, mas também para instituições médicas, como a Associação Brasileira de Nutrição, o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento solicitou, no dia 17 de setembro, revisão do material. Um dos motivos apontados é que falta a colaboração de engenheiros de alimento no guia.
Além disso, a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), respaldou o pedido do Ministério da Agricultura alegando que a edição de 2014 apresenta “lacunas na melhor ciência desenvolvida para a classificação de alimentos”.
Por outro lado, entidades como o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP) e a Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar defendem o Guia Alimentar. Além disso, há uma campanha online contra a revisão do manual, cunhada pela hashtag #EuApoiooGuiaAlimentar.
Por fim, o Guia Alimentar resume 10 sugestões para uma alimentação saudável! Confira:
Última modificação em 29/07/2022 08:50
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