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Aplicações isentas de imposto de renda podem render mais

Ganho adicional conseguido pelo não pagamento do imposto deve ser levado em conta na hora de escolher o investimento

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As taxas de juros subiram, no rastro da elevação da Selic, mas continuam em níveis historicamente baixos. Abaixo até da inflação estimada para o ano. A taxa Selic está em 2,75% ao ano, enquanto a projeção de inflação está mais próxima de 5%. O descompasso confere atratividade às aplicações isentas de imposto, que podem render mais do que as tributadas. Afinal, qualquer ganho adicional na renda fixa é atrativo para o bolso do investidor.

A caderneta é uma das que não pagam imposto, mas não a única. Fazem companhia a ela, no time da isenção, a Letra de Crédito Imobiliário (LCI), a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), o Certificado de Recibo Imobiliário (CRI) e os fundos imobiliários, dentre as mais conhecidas.

Caderneta, lci e lca são livres do imposto de renda

A LCI é emitida por bancos que atuam com crédito imobiliário e a LCA, pelos que concedem financiamento agrícola. Fora os bancos que as emitem, elas podem ser encontradas também em corretoras ligadas a bancos ou independentes. O CRI é emitido por companhias de securitização e tem como garantia os contratos de crédito imobiliário repassados pelos bancos.

Embora sejam aplicações isentas, existem algumas características distintas entre elas. A caderneta possibilita saques com rendimento a cada 30 dias, as letras e o CRI exigem prazo maior para resgate. Em geral, acima de seis meses. Todas, menos o CRI, têm a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até o limite de R$ 250 mil, por CPF e banco, se a instituição financeira quebrar.

Avalie a taxa de juro do rendimento

A isenção de imposto, por si só, não assegura rentabilidade maior, por exemplo, que o CDB (Certificado de Depósito Bancário) para o investidor que aplica nessas letras.

Tanto o CDB quanto a LCI e a LCA rendem uma porcentagem do juro DI, a taxa que os bancos cobram no repasse de recursos a seus pares e caminha quase colada à Selic. Um título que rende 100% do juro DI estaria pagando em torno de 2,75% ao ano, que é o nível em que roda o juro básico. A expectativa é de que ela suba para 3,50% ao ano, em maio.

Todos rendem uma porcentagem do juro DI, mas o CDB recolhe imposto por alíquotas que vão de 22,50% a 15%, com intermediárias de 20% e 17,50%, de acordo com o prazo de aplicação. Quanto mais tempo o dinheiro ficar amarrado ao CDB, menor a alíquota. No fim das contas, a vantagem de uma ou outra opção vai depender da porcentagem da taxa sobre o juro DI e, no CDB, também da tributação.

Por causa da tributação sobre o rendimento, o CDB costuma oferecer porcentagem maior sobre o juro DI para que o aplicador receba pelo menos rentabilidade maior que a da caderneta.

As LCI e as LCA, por sua vez, poderiam embutir taxa de juro menor para empatar com o rendimento do CDB por essa taxa, por serem aplicações isentas. Quem for aplicar nessas letras precisa ficar atento à taxa de juro e, se possível, pedir uma simulação de rendimento antes de tomar a decisão.

Plataformas de investimento

Aplicações pela internet em LCI e LCA por meio das plataformas digitais de investimento, as fintechs, contemplam o investidor com taxas mais vantajosas que as oferecidas pelos grandes bancos nas redes de varejo.

Em geral, as taxas empatam com o juro DI, quando não o superam, nas letras emitidas por bancos médios e ofertadas por essas plataformas.

Última modificação em 26/07/2022 16:55

Regina Pitoscia

Foi colaboradora das revistas Exame, Cláudia e Nova. Formada em jornalismo pela Escola de Comunicação e Artes da USP, cursou Extensão Universitária em Economia na Fundação Getúlio Vargas (FGV) São Paulo e na Faculdade de Economia e Administração da USP, Extensão Universitária em Mercado de Capitais e Finanças Pessoais no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), e Máster em Varejo pela FIA-USP. Recebeu Prêmio Esso de Jornalismo/Economia, de 1989, com reportagem “Seu Fundo de Garantia pelo Ralo”. Atuou como editora dos Cadernos de Finanças Pessoais: “Seu Dinheiro” no Jornal da Tarde, “Suas Contas” e “Fundos & Cia” no Estadão.

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