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O que fazer para evitar fraudes no crédito consignado

As reclamações de aposentados e pensionistas do INSS contra irregularidades na concessão do crédito consignado não param de aumentar.

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As reclamações de aposentados e pensionistas do INSS contra irregularidades na concessão do crédito consignado não param de aumentar. As queixas vão desde empréstimos não autorizados, cobrança por produtos não contratados, descontos indevidos, dentre outros. É preciso tomar algumas providências para evitar fraudes no consignado.

Levantamento do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), baseado em dados do portal Consumidor.gov e do Banco Central, aponta que as ocorrências de irregularidades relacionadas ao crédito consignado tiveram uma alta de 126%, em um ano, no Consumidor.gov.br. Apenas o item “cobrança produto não contratado” subiu 441% e, no ranking do Banco Central, os registros no item “oferta ou informação de forma inadequada” tiveram crescimento de 56%.

Especialistas dizem que os abusos aumentaram após a medida do governo que ampliou para 40% a margem de endividamento em relação ao valor do benefício.  A economista do Idec, Ione Amorim, diz que o aumento da margem abriu uma disputa entre correspondentes bancários que, para bater metas e ganhar comissões, fazem reservas de crédito em nome dos aposentados, o que, para ela, configura quebra de sigilo e fraude.

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Falsificação de documentos e roubo de dados

Concessão de créditos não autorizados e cobrança indevida de produtos não contratados são apenas uma parte dos problemas vividos por aposentados e pensionistas. Dentre os que contrataram o empréstimo consignado, de acordo com o site Quero Meus Direitos, não faltam reclamações contra os crescentes golpes, aplicados por meio de documentos falsos ou roubo de informações.

Existem vários tipos de fraude no consignado, praticados por meio de fraude na operação digital, com falso pedido em nome do beneficiário, por meio de aplicativos como WhatsApp ou pelo aplicativo do próprio banco; uso de documentos falsificados para fazer as solicitações às instituições financeiras; roubo de informações e senhas bancárias, principalmente de idosos; por fraude na assinatura, com base na original, conseguida de documento perdido ou furtado. A falta de controle dos bancos e instituições financeiras é apontada como um dos principais motivos de fraude em consignado.

Como reduzir os riscos de fraude no consignado

Dentre as recomendações para não se tornar vítima da fraude do consignado, de acordo com Quero Meus Direitos, está o cuidado com dados pessoais e documentos; procurar contratar o empréstimo em locais de confiança, jamais por telefone; ler tudo antes de assinar qualquer documento; perguntar sempre ao atendente e esclarecer qualquer dúvida que tiver; ir ao banco ou instituição financeira sempre com um acompanhante; fazer o bloqueio e o desbloqueio de seu benefício para empréstimo consignado.

Como proceder em caso de golpes

Se o dinheiro for depositado na conta, sem que o consignado tenha sido contratado, o aposentado ou pensionista deverá comunicar o crédito à fonte pagadora e pedir que o dinheiro seja devolvido à instituição financeira. É preciso pedir também o cancelamento, para que não se considere contratado o empréstimo.

Se não houver depósito de dinheiro na conta, basta a comunicação ao banco. Mas é preciso exigir o cancelamento do contrato e respectivo documento de que não existe mais.

Se o depósito tiver sido feito em conta e o aposentado usado o dinheiro, serão necessárias outras providências. Será preciso fazer um boletim de ocorrência e procurar atendimento para que o segurado defenda seus  direitos. O site Quero Meus Direitos oferece uma equipe para consultoria gratuita e orientações sobre formas para garantir os direitos de quem foi vítima de fraude do consignado.

Última modificação em 26/07/2022 07:22

Regina Pitoscia

Foi colaboradora das revistas Exame, Cláudia e Nova. Formada em jornalismo pela Escola de Comunicação e Artes da USP, cursou Extensão Universitária em Economia na Fundação Getúlio Vargas (FGV) São Paulo e na Faculdade de Economia e Administração da USP, Extensão Universitária em Mercado de Capitais e Finanças Pessoais no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), e Máster em Varejo pela FIA-USP. Recebeu Prêmio Esso de Jornalismo/Economia, de 1989, com reportagem “Seu Fundo de Garantia pelo Ralo”. Atuou como editora dos Cadernos de Finanças Pessoais: “Seu Dinheiro” no Jornal da Tarde, “Suas Contas” e “Fundos & Cia” no Estadão.

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