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Produção industrial recua 2,4% em março, diz IBGE

Resultado foi especialmente puxado pelo desempenho ruim do setor de veículos automotores

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A produção industrial brasileira registrou queda de 2,4% em março em relação a fevereiro, informou, nesta quarta-feira, 5, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado de março, a indústria acumula agora alta de 4,4% no ano, mas recuo de 3,1% em 12 meses. Na comparação com março de 2020, a produção industrial apresentou crescimento de 10,5%, maior taxa desde junho de 2020 e a sétima alta seguida.

O indicador negativo de março deste ano , segundo o IBGE, foi puxado principalmente pela queda de 8,4% na produção de veículos automotores, reboques e carrocerias, cravando o terceiro resultado negativo do setor.

"O recuo nos veículos automotores, reboques e carrocerias foi especialmente afetado pela redução na produção dos automóveis e de autopeças. Houve nessa atividade uma série de interrupções de processos de produção, paralisações e férias sendo concedidas. isso justifica a queda de 8,4%", diz André Macedo, gerente da pesquisa.

Impacto da covid-19

A queda mais acentuada em março do setor industrial e do setor automotivo está diretamente ligada às medidas de combate à covid-19 com o aumento das restrições e a redução da mobilidade, afetando diretamente a cadeia produtiva, na avaliação do IBGE. Na terça-feira, 4, a  Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) divulgou queda de 7,5% nas vendas de veículos em abril, ante março.

A queda em março foi acompanhada por três das grandes categorias econômicas e pela maioria dos ramos pesquisados: a categoria bens de consumo semi e não duráveis, que recuou 10,2%, registrando a maior perda desde abril de 2020; os bens de consumo duráveis, com perda de 7,8%; e os bens de capital, que caiu 6,9%.

Pesaram ainda de forma negativa no resultado de março os segmentos de confecção de artigos de vestuário e acessórios, com queda de 14,1% sobre fevereiro, de ouros produtos químicos, recuo de 4,3%;  produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-9,4%), de couro, artigos para viagem e calçados (-11,2%), de produtos de borracha e de material plástico (-4,5%), de bebidas (-3,4%), de móveis (-9,3%), de produtos têxteis (-6,4%) e de produtos de minerais não metálicos (-2,5%).

 

Última modificação em 26/07/2022 08:02

Roseli Lopes

Jornalista com foco em Economia, com passagens pelo jornal O Estado de S. Paulo, Agência Estado, Diário do Comércio e Thomson Financial

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