Atleta é um dos seis sobreviventes do acidente aéreo da Chapecoense em 2016, mas o único entre os jogadores que ainda atua profissionalmente; nesta sexta (29), o lateral, capitão da equipe, ergueu a taça do título inédito da Série B.
Alan Luciano Ruschel ou mais conhecido como Alan Ruschel é um verdadeiro campeão. E isso não apenas por conta do título da Série B conquistado com a Chapecoense na noite desta sexta (29). Mas também, por toda sua história de superação e reviravoltas. Do trágico acidente aéreo com o clube em 2016, a sua passagem no Goiás e o retorno a Chapecoense, a carreira de Ruschel ganha um novo capítulo emocionante.
Com um gol de Anselmo Ramon, aos 50 minutos do segundo tempo, a Chape conquistou seu primeiro título do Campeonato Brasileiro da Série B. Empatado com o América-MG em pontos e número de vitórias, o time de Condá conquistou o caneco por conta do saldo de gol. 21 a 20. Capitão do time desde seu retorno ao clube no início de 2020, o lateral-esquerdo estava lá para erguer a taça.
A imagem de Ruschel com o caneco repercutiu o mundo. Isso porque o atleta estava no acidente aéreo da Chapecoense em 2016. Conhecido como Voo LaMia 2933, a tragédia matou 71 pessoas e é considerado o maior acidente com uma delegação esportiva na história.
A aeronave carregava 77 pessoas a bordo, tendo como passageiros os atletas, diretoria do clube, comissão técnica, jornalistas e convidados. O voo com destino a Medellín, na Colômbia, levava o time catarinense a sua primeira final de Copa Sul-Americana, e o adversário seria o Atlético Nacional. No entanto, o avião caiu próximo ao local chamado Cerro El Gordo, e apenas seis pessoas foram resgatadas com vida, entre elas, Alan Ruschel.
Dos mortos, 20 eram jornalistas brasileiros, nove dirigentes, dois convidados, 14 da comissão técnica, 19 jogadores e então sete tripulantes; dos seis ocupantes que sobreviveram, três eram jogadores: além de Ruschel, sobreviveram o zagueiro Neto e o goleiro Jackson Follmann. No entanto, do três atletas, apenas o lateral-esquerdo ainda joga profissionalmente. Follmann perdeu uma perna e Neto aposentou devido às dores.
Natural de Nova Hartz, Rio Grande do Sul, Ruschel iniciou sua carreira no Juventude. Sem muitas oportunidades no clube, atuou emprestado para a equipe do Pelotas em 2010, S.C. São Paulo no mesmo ano e Luverdense em 2011.
Em 2013 o lateral-esquerdo assinou com a Chapecoense, mas pego no antidoping, jogou apenas seis partidas pelo Verdão do Oeste. No ano seguinte, o atleta assinou com o Internacional para substituir o lateral Kléber. No entanto, ficou apenas até 2015 e foi emprestado para o Athletico-PR. Do Furacão, o jogador voltou a Chapecoense e fez parte do elenco do acidente.
Logo depois de passar por recuperação, Ruschel retornou sua carreira profissional e participou de um jogo oficial em novembro de 2017. Permaneceu na equipe de Condá até 2019, quando se transferiu para o Goiás. No entanto, após meia temporada na equipe goiana, retornou para o time catarinense, no qual permanece até hoje.
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O título inédito com a chapecoense rendeu mais uma pagina marcante na história da carreira de Alan Ruschel. No entanto, o jogador desabafou após a conquista e afirmou que muitas pessoas em Chapecó, não o respeitam.
"Estou muito feliz de ter feito parte desse grupo, de ter cravado mais uma vez meu nome na história do clube. Pessoas aqui de Chapecó têm que aprender a me respeitar, porque além da vida do atleta, existe o ser humano, que as pessoas não respeitam. É preciso respeitar quem tem história, principalmente de conquistas, e eu aqui dentro tenho, então é preciso me respeitar".
A Chape agora encerra a temporada, mas no dia 24 de fevereiro inicia uma nova. A estreia da equipe no Campeonato Catarinense será diante do Concórdia, no Estádio Domingos Machado de Lima, às 20h30.
Última modificação em 27/07/2022 14:59
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