Esporte

Placar 29 a 0 escancara desnível estrutural do futebol feminino no país

Em partida válida pela segunda rodada do Campeonato Paulista, o São Paulo FC goleou o Taboão da Serra por 29 a 0. No entanto, a equipe da região metropolitana sofre com falta de apoio e sequer possui roupas para treinar.

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Uma goleada histórica de 29 a 0 nesta quarta-feira (21) marcou a história do futebol feminino do São Paulo FC, mas também mostrou a desigualdade de estruturas e falta de investimentos que o principal esporte do país sofre na modalidade feminina.

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Pela segunda rodada do Grupo 1 do Campeonato Paulista, a equipe do Tricolor enfrentou o Taboão da Serra, na Arena Barueri, e aplicou a goleada de 29 a 0.

A partida marcou a diferença técnica gigante entre as duas equipes. Enquanto as meninas do São Paulo disputam o Campeonato Brasileiro desde o início da temporada, o Taboão da Serra formou seu elenco recentemente e iniciou os treinos três dias antes do Estadual começar.

Quem anotou os gols na goleada de 29 a 0?

Ainda na primeira etapa, o Tricolor abriu 17 a 0 no placar. No entanto na etapa complementar, as meninas ainda fizeram mais 12 gols, sem perder o profissionalismo e desrespeitar as adversárias.

Os gols do São Paulo foram marcados por Kamilla (6), Duda (3), Giovaninha (3), Glaucia (2) Emily (4), Andressa (2), Giovanna, Dani, Carol (5), Pérolla e um contra.

Em entrevista à TV da Federação Paulista de Futebol (FPF), a volante Nini desabafou após a derrota de 29 a 0, e explicou a situação do clube.

"A gente sabia que seria difícil, o São Paulo vem treinando há muito tempo, inclusive durante a pandemia. Enquanto nosso time é um elenco muito jovem e praticamente nós não tivemos treino. Nós conseguimos um campo recentemente, treinamos três dias antes do início do Campeonato Paulista. Nesta semana tivemos mais dois dias de trabalho no campo, então é muito difícil jogar e posicionar taticamente."

Volante nini desabafou após a partida (foto: reprodução/ tv fpf/veja sp)

Ainda na entrevista, a volante contou que as meninas sequer possuem uniforme de treino e contam com pouco apoio do clube.

Além do mais, elas representam o CATs só para poderem participar da competição porque acreditam no potencial das jovens garotas, base do time.

"Mas em momento nenhum vamos desanimar. Infelizmente a gente usa a camisa do CATs, mas em pouca coisa o clube nos ajuda. É mais a vontade da comissão técnica mesmo, as atletas estão sem ganhar nada. Ninguém tem salário, ninguém tem condução, a gente não tem roupa de treino, não tem apoio nenhum do clube. A gente simplesmente usa o nome do clube para participar do Campeonato Paulista porque acredita que é uma oportunidade para as meninas mais novas"

Campeonato Paulista de futebol feminino

Após o 29 a 0, o São Paulo volta a campo neste domingo, para enfrentar o Realidade Jovem, às 14h, pela terceira rodada do Estadual.

Já as meninas do Tabõao encaram a Ferroviária, outra equipe de boa estruturas no feminino, em partida também no domingo (25), mas às 18h.

Última modificação em 28/07/2022 21:23

Gabriel Sato

Paulista de 21 anos, mas que atualmente mora em Campo Grande/MS. Formado na UFMS e apaixonado por futebol!

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