Finanças

Dicas para inquilino renegociar o aluguel em tempos de pandemia

Atitudes simples, como mostrar que renda encolheu, podem fazer a diferença na hora de conversar com propiretário

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No setor de locação, a situação não está confortável para proprietários de imóveis nem para inquilinos. A pandemia, que virou de cabeça para baixo a vida de todo mundo, vem exigindo de ambos os lados o diálogo, A tentativa é encontrar as melhores soluções para aqueles casos em que o valor do  aluguel ficou apertado dentro do orçamento.

A Arbo Imóveis, um marketplace do mercado imobiliário, preparou um roteiro para que a conversa seja bem-sucedida com o dono do imóvel ou a imobiliária, e termine em acordo. São dicas como argumentos que se pode apresentar para conseguir um acordo até a postura mais adequada para o inquilino adotar no encontro. Veja a seguir:

 

Roteiro para inquilino negociar com proprietário

1- Construa relações de confiança

Para uma negociação com mais chances de sucesso é necessário que a relação entre inquilinos e proprietários seja baseada em confiança mútua. Isso facilita as tratativas na hora de resolver determinados problemas, principalmente em um momento de crise econômica.

Caso o imóvel tenha sido alugado por intermédio de uma imobiliária e o inquilino percebeu que as contas vão ficar muito apertadas, vale a pena procurá-la com antecedência e explicar a situação com clareza. Certamente a imobiliária estará aberta a conversar para encontrar a melhor solução.

2- Reúna bons argumentos

Na hora de negociar o aluguel, é importante ter um argumento consistente para demonstrar ao outro lado a situação financeira e convencê-lo a entrar em um acordo.

3- Mostre que a renda diminuiu

Se o inquilino tem os pagamentos em dia, mas está com dificuldades de cumpri-los, convém apresentar ao proprietário ou à imobiliária o tamanho desse prejuízo. Há pelo menos duas opções para lidar com esta situação. A primeira é propor o congelamento de algumas parcelas por um prazo definido. Após esse prazo, o pagamento das parcelas congeladas seria diluído nas mensalidades seguintes. Essa estratégia também serve para os aluguéis que já estão em atraso.

A segunda possibilidade é propor uma redução temporária no valor do aluguel. Em muitos casos, os inquilinos conseguem abatimentos entre 20% e 50%. Caso seja esse o caminho escolhido, tenha cautela na negociação e não ameace deixar o imóvel por falta de acordo, pois o proprietário pode ficar irredutível e complicar ainda mais a situação.

4- Reforce que é um bom inquilino

Esta é a situação em que as vantagens na negociação aumentam. O inquilino exemplar, que cuida bem do imóvel, paga as mensalidades em dia e está nele há muito tempo deve colocar isso à mesa de negociação. Muito difícil o proprietário abrir mão de um inquilino com essas características em detrimento de um novo locador, desconhecido em um primeiro momento. Por isso, reforçar esse ponto, ressaltando a relação de confiança mútua, é um ponto ganho. Esse tipo de argumentação certamente trará bons resultados, porque, para o locador, não faz muito sentido trocar o certo pelo duvidoso em um momento de crise.

5- Reconheça que a negociação é importante

A essa altura, o ideal é que o inquilino vá para a negociação com uma proposta bem definida para fazer ao proprietário.  No entanto, é importante reconhecer que ele também tem suas necessidades e certamente já tem sua própria proposta a fazer. Por isso, convém também mostrar-se disposto a ouvir as diversas possibilidades e a analisá-las com calma.

6- Controle as emoções

Quando nos deixamos levar pelas emoções, podemos ter atitudes intempestivas que só servem para criar conflito. Na hora de negociar aluguel, falhar nesse aspecto é criar um ambiente tão negativo e tornar as tratativas insustentáveis.

Por mais que as divergências pareçam grandes, o caminho para alinhar as expectativas é manter uma postura positiva. Evitar falar alto ou demonstrar nervosismo, por exemplo. Na pior das hipóteses, o outro lado pode se sentir tão acuado que simplesmente não haverá mais condições de dialogar.

Embora a lei não obrigue imobiliárias e proprietários a reduzirem o valor do aluguel determinado em contrato, um diálogo transparente pode ajudar muito, já que o momento atual atinge a todos.

Última modificação em 26/07/2022 06:09

Regina Pitoscia

Foi colaboradora das revistas Exame, Cláudia e Nova. Formada em jornalismo pela Escola de Comunicação e Artes da USP, cursou Extensão Universitária em Economia na Fundação Getúlio Vargas (FGV) São Paulo e na Faculdade de Economia e Administração da USP, Extensão Universitária em Mercado de Capitais e Finanças Pessoais no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), e Máster em Varejo pela FIA-USP. Recebeu Prêmio Esso de Jornalismo/Economia, de 1989, com reportagem “Seu Fundo de Garantia pelo Ralo”. Atuou como editora dos Cadernos de Finanças Pessoais: “Seu Dinheiro” no Jornal da Tarde, “Suas Contas” e “Fundos & Cia” no Estadão.

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