Finanças

Que cuidados ter na compra e venda de carro usado

Além de conferir a documentação é preciso verificar se o veículo não possui restrições junto ao Detran

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O negócio com carro usado é uma transação simples, de acerto entre as partes, que não exige aparentemente muita burocracia, como no caso de compra e venda de um imóvel.  A facilidade, contudo, é apenas aparente e quem não seguir todo o roteiro de etapas exigido pelo negócio pode ter problemas. Portanto, todo cuidado é necessário para evitar dores de cabeça futuramente. Tanto para quem vende quanto para quem compra.

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O exame da documentação do veículo é o primeiro passo, já que pode haver restrições judiciais que impedem sua venda. Uma consulta ao Detran indica se está tudo em ordem para a transferência. Se houver impedimento legal para a transação e tiver dado algum valor como entrada, o comprador poderá ter dificuldades para ter o dinheiro de volta.

Deve haver uma conferência da documentação na compra de um carro usado

Eventuais transtornos para o vendedor ocorrem, em geral, quando não é feita a transferência de propriedade.  Se houver alguma ocorrência com o veículo ou se for envolvido em  acidente, o registro no órgão de trânsito apontará o vendedor como  proprietário, e a responsabilidade recairá sobre ele.

Apenas essas duas situações, não tão incomuns, já deixam claro a necessidade de uma transação segura, que siga todos os procedimentos adequados, para que comprador e vendedor de veículo usado não tenham problemas. Mas os cuidados vão além.

Quem pensa comprar um carro usado deve pesquisar uma possível existência de débitos e restrições ou qualquer outro tipo de registro no órgão de trânsito. Veja se é possível obter essas informações em serviço online pelo site da repartição de trânsito. O Detran de São Paulo possibilita essa consulta com o número do Renavan e a placa do veículo.

Caso esse serviço online de consulta não esteja disponível, será preciso ir pessoalmente ao departamento de trânsito com o Certificado de Registro de Veículo (CRV) ou Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV). A pesquisa é gratuita.

Convém conferir ainda se as inscrições do chassi gravadas no veículo conferem com o número do documento. Alguns Detrans não cobram nada por essa vistoria sobre possível existência de adulteração.

É possível queimar etapas pedindo ao vendedor um extrato sobre a situação do carro, com dados como licenciamento, débitos, restrições. Apenas o dono do veículo pode pedir esse relatório ao órgão de trânsito.

O comprador de carro usado tem 30 dias para fazer a transferência. Quem desrespeitar o prazo é enquadrado em infração grave, paga R$ 127,69 de multa e acréscimo de cinco pontos na CNH. O vendedor também precisa comunicar a venda do veículo ao departamento de trânsito local, pessoalmente ou pela internet, se esse serviço estiver disponível.

Última modificação em 26/07/2022 07:22

Regina Pitoscia

Foi colaboradora das revistas Exame, Cláudia e Nova. Formada em jornalismo pela Escola de Comunicação e Artes da USP, cursou Extensão Universitária em Economia na Fundação Getúlio Vargas (FGV) São Paulo e na Faculdade de Economia e Administração da USP, Extensão Universitária em Mercado de Capitais e Finanças Pessoais no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), e Máster em Varejo pela FIA-USP. Recebeu Prêmio Esso de Jornalismo/Economia, de 1989, com reportagem “Seu Fundo de Garantia pelo Ralo”. Atuou como editora dos Cadernos de Finanças Pessoais: “Seu Dinheiro” no Jornal da Tarde, “Suas Contas” e “Fundos & Cia” no Estadão.

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