Investimentos

Conheça a história da GameStop e entenda o que ela causou no mercado

Onda especulativa que começou a partir das movimentações com ações da GameStop mostra ao investidor que é preciso entender os riscos ao investir sem fundamentos.

Escrito por

Se você acompanha o mercado de ações, deve ter ouvido falar sobre a GameStop, empresa de jogos para computador que foi tema central dos mercados financeiros e da imprensa recentemente. Mas o que exatamente aconteceu? Qual a história da GameStop? Faz sentido comprar ações da empresa? Vamos explicar!

Primeiramente, saiba que se você não é fã de jogos eletrônicos, é normal que nunca tenha ouvido falar da GameStop. A empresa nasceu em 1984, fundada por dois colegas da Harvard Business School, e começou a vender ações na bolsa em 1994. A empresa tem lojas físicas em diversas cidades dos Estados Unidos e se tornou famosa no setor, sendo conhecida como o lugar ideal para se encontrar lançamentos. Ainda assim, a GameStop estava - ou talvez ainda esteja - prestes a fechar. Afinal, com a digitalização dos jogos, diminuiu muito a compra presencial deste tipo de produto. 

Recentemente, a comunidade Wall Street Bets, do fórum Reddit, percebeu que havia uma chance de “brincar” com o mercado. Muitos fundos bilionários estavam apostando na queda das ações da empresa através da chamada venda a descoberto. De forma simples, significa vender uma ação que não se tem em carteira. Ou seja, o fundo aluga a ação apostando na sua queda futura para lucrar com a diferença. Mas a comunidade resolveu inverter o jogo. Como? Comprando milhões de ações para que o preço subisse. 

 

Nunca a história da GameStop conseguiu tanta mídia

 

Quem conhece a história da GameStop provavelmente nunca pensou que, de uma hora para a outra, as ações da empresa de jogos eletrônicos subiriam mais de 1.800% em duas semanas, de US$ 19,95 no começo de janeiro para quase US$ 350 ao final do mesmo mês. 

Com isso, os fundos que haviam vendido a ação a descoberto, pensando em uma desvalorização dos papéis, passaram a se desesperar por conta do prejuízo. Afinal, eles teriam que comprar as ações a um valor muito maior do que imaginavam para poder realizar a venda futura. Corretoras chegaram, inclusive, a congelar as transações de compra da GameStop na NYSE. 

Imagem: reprodução / unsplash

E as ações, como ficam?

 

Como explicamos, a subida das ações da GameStop não teve um fundamento real baseado em números da empresa ou perspectivas futuras. Pelo contrário, a história da GameStop começou a registrar maus bocados com as versões digitais dos jogos e todos os acontecimentos foram puramente especulativos. Ou seja, a valorização dos papeis não reflete a real situação das lojas. 

E quando a subida é grande, a queda também tende a ser. Depois de causar prejuízo de bilhões de dólares aos fundos que haviam apostado na sua queda, na terça-feira, por exemplo, o valor das ações caiu mais de 50%. Em dois dias, a queda chegou a 75%. Houve até paradas automáticas nas transações. Agora, os papeis continuam oscilando e o mercado permanece de olho na onda especulativa que tomou parte do setor, atingindo, inclusive, ações de outras empresas, como a AMC e a Blackberry.

 

Última modificação em 27/07/2022 13:09

Janaina Gimael

Jornalista, educadora financeira e contadora de histórias. Tem especialização em economia para jornalistas, terapia financeira e psicologia econômica. É articulista do Dinheirama e já passou por empresas como Bloomberg, Patagon, Agência Dinheiro Vivo e Nubank. No insta: @janaina.dimdim

Compartilhe
Escrito por
Tags: Ações