Entidades se juntaram para exigir ação do governo à medida que os focos de queimadas na floresta amazônica aumentaram neste ano.
SÃO PAULO (Reuters) - Uma importante associação da indústria de exportação de carne do Brasil e outras entidades do agronegócio se juntaram nesta sexta-feira a organizações não-governamentais para pedir o fim do desmatamento em terras públicas, exigindo ação do governo à medida que os focos de queimadas na floresta amazônica aumentaram neste ano.
O grupo do setor de carne bovina Abiec e as ONGs Imazon e Ipam estão entre as 11 entidades brasileiras que assinaram uma campanha que também exige a proteção de áreas de conservação no país e a criação de uma força-tarefa do Ministério da Justiça para resolver conflitos por terras públicas de floresta.
O maior número de incêndios florestais desde 2010 está atingindo a Amazônia este ano, revelaram dados da agência de pesquisa espacial do país no mês passado, provocando um clamor global de que mais deve ser feito para proteger a maior floresta tropical do mundo. A proteção da Amazônia é vista como vital para o combate às mudanças climáticas. Aproximadamente 60% da Amazônia está no Brasil.
Marcello Brito, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), disse que algo deve ser feito para evitar danos ao setor agrícola do país como represália aos incêndios na Amazônia. "Não vi contratos sendo cancelados em nenhum setor; as exportações continuam. Mas a luz vermelha está piscando", disse Brito a repórteres. "Se a ação não for tomada, se o discurso não mudar, se a retórica não mudar, as coisas podem piorar."
Mais cedo nesta semana, o Ipam reportou em nota que, dos 45.256 focos de fogo registrados no bioma Amazônico de janeiro ao final de agosto, 33% foram verificados em propriedades privadas, que cobrem 18% da área amazônica.
(Por Ana Mano)
Última modificação em 29/07/2022 11:47
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