A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica, Aneel, decidiu congelar as tarifas aplicadas pelas distribuidoras Energisa Mato Grosso, Energisa Mato Grosso do Sul e CPFL Paulista por cerca de 2 semanas. Isto porque a agência aguarda medidas para conter reajustes elevados, reduzindo o aumento de dois para um dígitos (expectativa sem ajustes era aumento acima de 13%).
A medida adotada pela agência chamou atenção do mercado. Nesse sentido, a decisão de revisão tarifária apresenta impacto direto em mais de 7 milhões de consumidores. Além disso, os milhares de investidores e credores das 3 empresas também ficam ansiosos por uma definição que tem impacto direto sobre a linha de receita das empresas.
A Energisa MT atende a cerca de 1,5 milhão de unidades consumidoras do Estado do Mato Grosso. A Energisa MS fornece energia para 1,0 milhão de clientes de 74 municípios de Mato Grosso do Sul. Já a CPFL Paulista garante o suprimento a 4,6 milhões de unidades consumidoras de 234 municípios do Estado de São Paulo.
No entanto, o objetivo da Aneel é atenuar o reajuste das tarifas, especialmente durante a crise econômica causada pela pandemia. Simultaneamente, a agência destaca a ameaça à sustentabilidade econômico-financeira do setor elétrico, que resultou em forte pressão sobre as tarifas de energia.
Os novos índices de reajuste tarifário anual calculados para as três distribuidoras seriam aplicados a partir do dia 8 de april de 2021.
Primeiramente, a Aneel destacou medidas adotadas para preservar a sustentabilidade do setor:
Em seguida, a agência disse ainda que estuda medidas adicionais:
As tarifas de energia elétrica estão sendo pressionadas por diversos fatores. De fato, a escassez de chuvas, a pandemia de Covid-19 e a falta de planejamento criaram um cenário crítico. Enfim, a inflação da energia elétrica foi um dos vilões dos bolsos dos brasileiros no final de 2020 e especialistas apontavam para um aumento médio de tarifas de 15,5% em 2021.
Os sinais de alta já foram sentidos pelos grandes consumidores do mercado livre de energia, com aumentos de até 25% no início de 2021. De fato, desde outubro de 2020, as chuvas rarearam e frustaram a expectativa de aumento dos níveis dos reservatórios. Foi o pior nível pluviométrico em 91 anos. Consequentemente, a saída foi o despacho das termelétricas, mas o custo extra de mais de R$ 7 bilhões em encargos no primeiro trimestre chegará em breve nas contas de luz de todos os brasileiros.
Certamente, a longa duração da crise sanitária represou o repasse de preços das bandeiras em 2020 e acumulou auxílios às distribuídoras através da conta-covid. Além disso, a desvalorização cambial deixou a energia de Itaipú ainda mais cara para o sudeste brasileiro.
Por fim, o ciclo de revisão tarifária já começou em algumas distribuidoras e chegará a Enel em São Paulo e CEMIG em Minas Gerais em junho e julho. Especialistas estimam que a inflação medida pelo IPCA pode chegar a 6,7% em junho. Outro índice de inflação, o IGPM, que é referência para o reajuste de aluguéis e contratos de distribuição, que acumula alta acima de 30% nos últimos 12 meses.
Última modificação em 26/07/2022 14:08
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