O que é verdade no filme Titanic e o que é ficção

O que é ficção na história contada por James Cameron

Lançado em 1997, Titanic se tornou um dos filmes mais marcantes da história do cinema. Dirigido por James Cameron, o longa misturou romance e tragédia ao retratar o naufrágio do RMS Titanic, ocorrido em abril de 1912, no Atlântico Norte. Mais de um século depois do desastre real, o filme ainda desperta curiosidade: afinal, o que é verdade e o que é invenção na história de Jack e Rose?

O Titanic existiu e o naufrágio é real

Essa parte não é ficção. O RMS Titanic realmente zarpou em sua viagem inaugural no dia 10 de abril de 1912 e afundou na madrugada de 15 de abril, após colidir com um iceberg. O desastre deixou mais de 1.500 mortos e se tornou uma das maiores tragédias marítimas da história.

No filme, James Cameron recria com impressionante fidelidade os principais momentos do naufrágio: a colisão às 23h40, a entrada de água no casco, a falta de botes salva-vidas, o caos na evacuação e o navio se partindo ao meio antes de desaparecer no oceano às 2h20 da manhã. Durante décadas, acreditou-se que o Titanic havia afundado inteiro, algo que só foi desmentido em 1985, quando os destroços foram encontrados no fundo do mar, exatamente como o filme mostra.

James Cameron fez um extenso trabalho de pesquisa, consultou historiadores, recriou a cronologia do naufrágio e chegou a financiar expedições ao fundo do oceano para filmar os destroços reais do Titanic. Ainda assim, optou por misturar fatos e ficção.

O resultado foi um filme que não pretende ser um documentário, mas que respeita a tragédia real ao mesmo tempo em que constrói uma história humana capaz de emocionar gerações.

No fim, Titanic é exatamente isso: uma narrativa fictícia navegando por um dos episódios mais reais e dolorosos da história moderna, e talvez seja essa combinação que o torne tão inesquecível.

Personagens que realmente estiveram a bordo

Embora Jack e Rose sejam fictícios, vários personagens do filme existiram de verdade. Entre eles:

  • Capitão Edward Smith, comandante do Titanic
  • J. Bruce Ismay, presidente da companhia White Star Line
  • Thomas Andrews, o engenheiro responsável pelo projeto do navio
  • Margaret “Molly” Brown, interpretada por Kathy Bates

Molly Brown, aliás, foi uma figura histórica importante. Sobrevivente do naufrágio, ela ajudou passageiros a embarcar nos botes, pressionou a tripulação para resgatar vítimas da água e, depois, organizou ajuda financeira aos sobreviventes no navio Carpathia, que fez o resgate.

A banda tocou até o fim

Uma das cenas mais emocionantes do filme — a banda tocando enquanto o navio afunda, também é baseada em relatos reais. Sobreviventes confirmaram que os músicos continuaram tocando para tentar acalmar os passageiros. O que nunca foi totalmente esclarecido é qual foi a última música executada. O filme opta por Nearer, My God, To Thee, uma escolha simbólica, mas historicamente debatida.

O casal de idosos existiu

Outro momento icônico é o do casal de idosos que decide permanecer junto na cabine enquanto a água invade o navio. Eles foram inspirados em Isidor Straus, um dos donos da Macy’s, e sua esposa, Ida Straus. Isidor se recusou a entrar em um bote enquanto ainda houvesse mulheres a bordo, e Ida escolheu não deixá-lo. Apenas o corpo dele foi encontrado.

Jack e Rose: o romance é ficção

Apesar de parecer real para milhões de espectadores, a história de amor entre Jack Dawson e Rose DeWitt Bukater nunca aconteceu. Os dois personagens foram criados por James Cameron para conduzir a narrativa emocional do filme.

Curiosamente, havia um homem chamado J. Dawson no Titanic, mas seu nome era Joseph Dawson, ele fazia parte da tripulação e trabalhava como carregador de carvão. A coincidência só foi descoberta depois que o roteiro já estava pronto.

Já Rose foi inspirada livremente na artista americana Beatrice Wood, uma mulher rica, progressista e rebelde para os padrões de sua época, mas que não teve nenhuma ligação direta com o Titanic.

Jack caberia na porta?

A famosa cena final, em que Rose sobrevive sobre uma porta enquanto Jack morre na água gelada, gerou um dos maiores debates da história do cinema. Caberia mais uma pessoa ali?

Experimentos feitos por cientistas, pelo programa MythBusters e pelo próprio James Cameron mostraram que, tecnicamente, os dois poderiam ter ficado sobre a porta. O problema era outro: para sobreviver, os órgãos vitais precisariam ficar fora da água. Qualquer desequilíbrio poderia ser fatal.

Cameron afirma que a decisão de Jack não subir na porta é coerente com o personagem: ele escolhe garantir a sobrevivência de Rose, mesmo que isso lhe custe a vida.

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