Temperatura Máxima de hoje vai passar Creed III
Filme começa após o Esporte Espetacular
Após o Esporte Espetacular, a Temperatura Máxima de hoje, domingo, dia 30 de novembro, vai exibir o filme Creed III. O filme começa às 12h30 (horário de Brasília) e tem uma duração original total de 190 minutos.
Qual o filme da Temperatura Máxima?
“Creed III” marca a estreia de Michael B. Jordan na direção. E ele entra no ringue com ambição, estilo e coragem narrativa. O filme mantém o DNA da franquia “Rocky”, mas afirma sua própria identidade com mais força do que nunca.
Logo de início, Jordan mostra que sabe o que quer. A câmera se move com precisão. O ritmo é firme. Há uma confiança visual que surpreende para um diretor estreante. E isso aparece especialmente nas lutas, que não são apenas confrontos físicos, mas extensões emocionais dos personagens. Jordan bebe em referências do anime, cortes rápidos, close-ups expressivos, composições estilizadas — e transforma cada round em um duelo psicológico.
A história, desta vez, olha para o passado. A chegada de Damian Anderson (Jonathan Majors) bagunça o presente de Adonis como um fantasma de um tempo que ele tentou enterrar. A tensão entre os dois funciona porque não se apoia em vilanização gratuita. É uma relação marcada por culpa, remorso, lealdade ferida. Majors entrega um antagonista complexo, duro por fora e devastado por dentro. Sem exagero, é um dos personagens mais ricos da trilogia.
O roteiro tem alguns atalhos. Há momentos em que a resolução dos conflitos parece rápida demais. Mas nada que quebre o envolvimento. O filme compensa com cenas íntimas, delicadas, especialmente as que envolvem Bianca e a filha do casal. Jordan entende que um lutador não é feito só de músculos e glória. Ele precisa de vínculos, de silêncio, de espaços onde o medo entra sem convite.
Tecnicamente, “Creed III” é impecável. A fotografia valoriza sombras e contrastes, reforçando a sensação de embate constante. A trilha sonora mistura tensão e grandiosidade, sem soar repetitiva. E o som das lutas, seco, direto, quase cruel, coloca o espectador dentro do ringue.
No clímax, Jordan arrisca. Remove o público, esvazia o cenário, deixa apenas Adonis e Damian frente a frente em uma arena quase metafórica. Uma decisão ousada. E eficiente. Ali, o que vale é o que eles carregam, não o que o mundo vê.
“Creed III” é mais do que um capítulo de franquia. É a prova de que há vida longa para a saga mesmo sem a presença de Rocky. Um drama esportivo que entende seu peso emocional, abraça suas ambições visuais e entrega algo que parece novo dentro de um universo tão conhecido.
Um golpe preciso. Um passo adiante. E uma vitória merecida.