Apesar do desempenho aquém do esperado da economia local, as seguradoras apostam mais intensamente em soluções tecnológicas para trazer simplicidade e preços mais justos.
Com o desempenho aquém do esperado no segmento de automóveis, as coberturas de vida e residencial deram fôlego ao resultado das seguradoras no primeiro trimestre. Para 2019, a expectativa é de ascensão digital e de criação de produtos mais específicos. As quatro maiores seguradoras do País (BB Seguridade, Bradesco Seguros, SulAmérica e Porto Seguro) somaram R$ 3,253 bilhões de lucro líquido no primeiro trimestre deste ano, um avanço de 15,23% frente ao registrado em 2018 (R$ 2,823 bilhões). Entre os principais avanços da carteira, o seguro de vida e a cobertura residencial foram os maiores destaques.
De acordo com o primeiro vice-presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros de São Paulo (Sincor SP), Boris Ber, apesar do compasso de espera do mercado em relação à macroeconomia, esses produtos se destacaram. "Assim como o restante do Brasil, o setor de seguros estava com as expectativas um pouco mais altas do que efetivamente está acontecendo. Algumas áreas, porém, acabam se destacando de forma surpreendente, como o seguro de vida, que desde o ano passado tem demonstrado um avanço inesperado. Muito disso vem de algumas indenizações mais específicas que vem sido ofertadas", explica o executivo do Sincor.
Os últimos dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) apontam que os prêmios ganhos com o produto compreensivo residencial avançaram 10,6% nos primeiros três meses deste ano contra igual intervalo de 2018, de R$ 665,4 milhões para R$ 736,1 milhões. Já o seguro de vida em grupo apresentou um aumento de 5,3% na mesma comparação, de R$ 2,621 bilhões para R$ 2,761 bilhões. No caso da apólice residencial, Ber explica que parte do avanço vem principalmente pela forma como a cobertura tem sido apresentada. "O produto deixou de ser simplesmente um seguro residencial para ser também uma assistência e isso ajuda bastante na venda", acrescenta o executivo. Ao mesmo tempo, a entrada das insurtechs no mercado também tem impulsionado um crescimento nos resultados.
Ber, vice-presidente do Sincor, avalia que a todo esse cenário também se acrescenta as soluções de sinistro por meio de aplicativos e a chegada de produtos mais enxutos, que possam excluir coberturas que não são tão importantes para a realidade dos clientes de hoje . "É importante ressaltar, no entanto, que esses meios digitais carecem de uma regulamentação. Mas já vivemos uma revolução digital no setor e é um caminho sem volta", complementa o executivo.
No que concerne os seguros para pessoas jurídicas, os executivos entrevistados pelo DCI apontam a vinda de produtos simplificados também para os micro e pequenos negócios. Ainda conforme dados da Susep, os prêmios ganhos pelo mercado com o compreensivo empresarial chegaram a R$ 606,1 milhões no primeiro trimestre, alta de 15% em comparação a igual período de 2018 (R$ 527,2 milhões). Para Ber, os produtos corporativos devem, inclusive, deslanchar antes mesmo do que os voltados para pessoas físicas. "É um mercado que já começa a caminhar e que está esperando a retomada econômica para vir com mais força. Isso deve acontecer já no segundo semestre", conclui.
Última modificação em 29/07/2022 11:49
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