Quem foi ao supermercado recentemente pode ter se surpreendido com alimentos mais caros. Em meio à crise sanitária está mais custoso comprar itens de uma cesta básica.
Quem foi ao supermercado recentemente pode ter se surpreendido com alimentos mais caros. Em meio à crise sanitária está mais custoso comprar itens de uma cesta básica. Sendo assim, razões do mercado interno e externo influenciam nessa alta.
Conforme afirma a economista e doutoranda em Desenvolvimento Econômico, Natânia Silva Ferreira é natural que os preços aumentem, pois há uma inflação esperada ao longo do ano. Dessa forma, o valor de alimentos, serviços e moradias tendem a subir. No entanto, o cenário atual não pode ser explicado apenas pela inflação, mas sim por outros fatores vividos no contexto pandêmico.
A alta nos preços de alimentos pode ser explicada por três fatores:
Segundo a economista a elevação da demanda interna por alimentos pode ser explicada pelos novos hábitos de consumo na pandemia, como é o caso de comer mais em casa, devido ao isolamento social, e fazer compras maiores ao ir ao supermercado.
Então, com produtos saindo do país e a maior procura interna “o aumento dos preços é uma forma de os produtores e vendedores tentarem equilibrar a relação entre oferta e demanda” diz.
Além disso, a alta do dólar é outro fator que explica os alimentos mais caros, já que a moeda americana é usada como referência para negociações no mercado.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a inflação para o mês de agosto foi a maior desde 2016, ficou em 0,24%. A saber, os alimentos para consumo em domicílio tiveram alta de 1,15% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Contudo, a alimentação fora de casa continua em baixa (-0,11%).
Dentre os alimentos da cesta básica que mais subiram de preço estão:
Conforme indica o IBGE, o preço do arroz apresentou aumento de 3,08% em agosto, e já acumula alta de 19,25% no ano.
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, demonstrou em sua Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos (PNCBA) relacionada ao mês de agosto que o arroz agulhinha teve alta em 15 capitais. E que isso se deve “à retração dos produtores, que aguardam melhores preços para comercializar o cereal e efetivam apenas vendas pontuais” diz em nota à imprensa.
O feijão preto acumula alta de 28,92% no ano, e o feijão carioca de 12,12%, aponta o IBGE.
Ademais, o Dieese afirma que o preço do feijão recuou em 14 capitais no mês passado. No caso do grão carioca houve queda por conta da fraca demanda. Em se tratando do tipo preto “a importação supriu a falta do feijão nacional, que está em fase de plantio, e o preço
aumentou devido ao câmbio desvalorizado.” conta o texto.
Em seguida, o óleo de soja teve aumento em 9,48%. Apresentando alta em todas as capitais, com destaque para Campo Grande (31,85%), Aracaju (26,47%), Rio de Janeiro (22,39%) e Porto Alegre (21,15%). A justificativa são as demandas internas e externas.
O preço do leite integral teve aumento em 16 capitais. Passando de 1,43%, em
Brasília, e 11,10%, em Curitiba. A baixa disponibilidade de leite no campo é um dos motivos. O leite longa vida teve alta de 4,84%, afirma o IBGE.
O valor médio da carne bovina de primeira registrou alta em 12 capitais. Variando de 0,59%, em Aracaju, a 8,89%, em Campo Grande. O Dieese aponta como fatores “a baixa oferta de animais para abate no campo e o desempenho recorde das exportações, em especial para a China”.
As carnes em geral tiveram alta de 3,33% em agosto.
A pesquisa do Dieese mostra que a cesta básica mais cara é a de São Paulo, custa R$ 539,95. O que representa 55,86% do salário mínimo líquido (R$ R$ 1.045). Nesse sentido, houve alta de 2,90% em relação à julho e acumulado de 6,60% no ano.
Na quarta-feira o Ministério da Justiça notificou supermercados e produtores de alimentos. Além disso, o governo zerou a taxa de imposto para importação do arroz até 31 de dezembro.
Há alguns mercados e associações alertando para o risco de desabastecimento. Em determinados lugares já a limitação acerca da quantidade de produtos que podem ser comprados. Ferreira afirma que isso é uma indicação de possível desabastecimento.
Na terça-feira (8) a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina disse ao jornal Estadão que não há essa possibilidade.
Por fim, veja algumas dicas para fazer compras mais baratas:
Última modificação em 29/07/2022 09:20
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