Economia

Governo Central tem déficit de R$ 21,2 bilhões em fevereiro

Resultado veio melhor do que o esperado pelo Ministério da Economia, que previa déficit de R$ 27,6 bilhões

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O Governo Central  apresentou, em fevereiro,  resultado primário com déficit de R$ 21,2 bilhões, ante um déficit primário de R$ 25,9 bilhões em fevereiro de 2020, em valores nominais. O resultado veio acima da mediana das expectativas do proprio Ministério da Economia, que previa um déficit de R$ 27,6 bilhões. O resultado acumulado no ano, até fevereiro, é de um superávit primário de R$ 22,4 bilhões, ante um superávit de R$ 18,3 bilhões nos dois primeiros meses de 2020. O resultado inclui um superávit de R$ 59,4 bilhões do Tesouro Nacional e do Banco Central e um déficit de R$ 37,1 bilhões da Previdência Social.

Em fevereiro, a receita total cresceu R$ 8,3 bilhões, alta de 6,8%, em termos reais, sobre fevereiro de 2020. A alta, segundo o Tesouro, se deveu ao efeito conjunto a elevação em R$ 7,4 bilhões na receita administrada pela Receita Federal, ao aumento de R$ 595,5 milhões na arrecadação líquida para a Previdência Social e ao crescimento em R$ R$ 291,4 milhões nas receitas não administradas., levando a receita líquida a apresentar crescimento de R$ 8,6 bilhões.

No acumulado do ano, até fevereiro,  a receita total apresentou crescimento de R$ 8,2 bilhões, alta de 2,7% sobre os dois primeiros meses de 2020. A elevação em R$ 10,0 bilhões nas receitas administradas pela Receita Federal foi parcialmente compensada pela redução de R$ 1,3 bilhão na arrecadação líquida para a Previdência Social, e de R$ 475,4 milhões nas receitas não administradas pela Receita Federal. A receita líquida registrou alta de R$ 5,6 bilhões, expansão de 2,3%, em termos reais, sobre o primeiro bimestre de 2020.

No acumulado dos últimos 12 meses, até fevereiro, o resultado primário do Governo Central registrou déficit de R$ 776,8 bilhões, montante que corresponde a 9,9% do Produto Interno Bruto (PIB). No primeiro bimestre de 2021, a Previdência Social registrou déficit de R$ 37,2 bilhões. O Tesouro Nacional e o Banco Central apresentaram superávit de R$ 60 bilhões. A alta do déficit da Previdência Social entre fevereiro de 2020 e fevereiro de 2021 em R$ 40,9 bilhões se deveu ao efeito conjunto da elevação dos benefícios previdenciários em R$ 16,8 bilhões e pela redução da arrecadação líquida da Previdência social em R$ 24,1 bilhões.

Despesas

As despesas totais em fevereiro cresceram R$ 2,6 bilhões, alta de 2,3%. sobre fevereiro de 2020, em termos reais. A alta foi puxada pelo gasto de R$ 3,7 bilhões de pagamento de abono e seguro-desemprego, R$ 1,0 bilhão em créditos extraordinários e R$ 1,7 bilhão em Despesas do Poder Executivo.  As despesas primárias em resposta à covid-19 somaram R$ 1,1 bilhão em fevereiro.

As despesas referentes às políticas de combate à covid-19 entraram na conta das despesas obrigatórias, mesmo quando são criadas via crédito extraordinário.  Excluído o gasto de R$  548,4 bilhões de despesas em resposta à pandemia, as despesas obrigatórias acumuladas em 12 meses até fevereiro se mantiveram estáveis. Entre as principais despesas estão a compra de vacinas e despesas adicionais do Ministério da Saúde. No acumulado do ano  até fevereiro os gastos para combater a covid-19 somaram R$ 524,0 bilhões.

Última modificação em 26/07/2022 21:45

Roseli Lopes

Jornalista com foco em Economia, com passagens pelo jornal O Estado de S. Paulo, Agência Estado, Diário do Comércio e Thomson Financial

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