Economia

Saque em dinheiro pelo Pix deve começar no 2º semestre

Nova funcionalidade anunciada pelo Banco Central traz mais conveniência aos usuários do programa

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Saque em dinheiro pelo Pix - Estão a caminho mais duas funcionalidades do Pix, o sistema de pagamentos instantâneo, monitorado pelo Banco Central, em operação desde novembro de 2020 no País. Nesta segunda-feira, 10, o Banco Central colocou em Consulta Pública a proposta de criação de mais dois novos serviços. Um está relacionado à função (Pix Saque), e outro, ao pagamento de compras em lojas ou pagamento de serviços com a possibilidade de passar um valor maior do que a despesa para sacar a diferença em espécie (Pix troco).

Segundo o BC, as duas inovações trarão mais conveniência aos usuários, ampliando a oferta do serviço de sacar dinheiro vivo. Além disso, tendem a aumentar a competição, na medida em que vai proporcionar às instituições financeiras sem rede de agências ou de ATMs, melhores condições de retirada de dinheiro e precificação dos serviços. Para fazer parte dessa rede, a empresa relacionada ao comércio ou à prestação de serviços terá de firmar contrato com um participante do PIX, seja uma instituição financeira ou uma instituição de pagamento.

Assim, poderão se transformar em “agentes de saque” todo e qualquer estabelecimento comercial ou empresa dos mais diversos tipos ou, ainda, instituições especializadas na oferta de serviço de saque, a exemplo das entidades que provêm os serviços dos caixas 24h. O Pix Saque poderá, ainda, ser oferecido por instituições financeiras em geral, em suas redes próprias de ATMs.

Pela proposta colocada em Consulta Pública, os usuários terão quatro saques gratuitos por mês, seja utilizando Pix Saque ou Pix Troco. A partir da quinta transação, as instituições financeiras ou de pagamentos detentoras da conta do sacador poderão cobrar uma tarifa pela transação. Os sacadores não poderão ser cobrados diretamente pelos agentes de saque.

Hoje é possível transferir dinheiro de uma conta para outra, em até 10 segundos, e sem nenhum custo quando a transação é feita entre pessoas físicas. É possível também realizar pagamentos na compra de produtos e serviços, quando a empresa já estiver cadastrada no sistema.

Saque em dinheiro pelo Pix terá limite e será grátis até 4 por mês

O BC definirá o limite de valor máximo que o usuário poderá sacar por dia, a princípio estipulado em R$ 500,00. Respeitado esse limite máximo, as instituições participantes do Pix e os agentes de saque definirão em contrato as condições para a prestação do serviço.

Ou seja, os estabelecimentos comerciais e demais agentes de saque terão liberdade de definir se querem ofertar apenas Pix Saque, apenas Pix Troco, ou ambos; os dias e períodos que pretendem disponibilizar o serviço. Vão definir também outros critérios, como valores, e vão oferecer apenas múltiplos de R$ 10, ou R$ 50, entre outros.

Todas essas regras estão sendo submetidas a contribuições da sociedade e serão aperfeiçoadas após o processamento das sugestões recebidas. A previsão é  de que o Pix Saque e o Pix Troco possam ser usados pelos consumidores no segundo semestre deste ano.

Na prática, a experiência do usuário é idêntica à de um pagamento via Pix: fará a leitura de um QR Code, autenticará o pagamento e comandará a transferência. A diferença é que, ao invés de receber um produto ou serviço em contrapartida, receberá o correspondente valor em dinheiro em espécie.

Todas as pessoas que tiverem conta em uma das instituições participantes do Pix poderão utilizar os serviços. Os interessados em contribuir na Consulta Pública poderão encaminhar suas propostas e sugestões pela página do Banco Central até o dia 9 de junho.

PIX: cliente poderá reduzir o limite de pagamentos e transferências

Última modificação em 26/07/2022 07:23

Regina Pitoscia

Foi colaboradora das revistas Exame, Cláudia e Nova. Formada em jornalismo pela Escola de Comunicação e Artes da USP, cursou Extensão Universitária em Economia na Fundação Getúlio Vargas (FGV) São Paulo e na Faculdade de Economia e Administração da USP, Extensão Universitária em Mercado de Capitais e Finanças Pessoais no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), e Máster em Varejo pela FIA-USP. Recebeu Prêmio Esso de Jornalismo/Economia, de 1989, com reportagem “Seu Fundo de Garantia pelo Ralo”. Atuou como editora dos Cadernos de Finanças Pessoais: “Seu Dinheiro” no Jornal da Tarde, “Suas Contas” e “Fundos & Cia” no Estadão.

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