A inclusão do clima no processo de reestruturação da dívida dos países pobres pode ser algo disruptivo. Afinal, poderia ajudar a motivar os credores soberanos e até mesmo os privados a cancelar uma parte da dívida. Isto porque há uma troca que interessa os credores privados. Assim viabiliza-se iniciativas para redução de emissões de carbono, adaptação de comunidades aos efeitos da mudança do clima e viabilização dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU para 2030.
Além disso, financiamentos climáticos envolvem iniciativas de energia solar fotovoltaica, proteção de florestas, pesquisas e desenvolvimento de baterias para veículos híbridos, dentre muitos outros. E mais, a escala dos projetos é ampla: pode-se pensar desde a instalação de energia solar residencial para os telhados de famílias africanas até projetos de reflorestamento da Amazônia.
Na mesma linha, uma pesquisa recente do FMI descobriu que a vulnerabilidade ou a resiliência de um país à mudança do clima pode ter um efeito direto sobre sua capacidade de crédito, os custos de seus empréstimos, e, em última instância, a probabilidade de calote de sua dívida soberana. A pesquisa é a primeira a relacionar a vulnerabilidade a riscos climáticos de um país com o risco de inadimplência de sua dívida soberana.