Esse ano vai ter Horário de Verão? Como vai ser em 2026
Desde 2019 o modelo é usado no Brasil
Com início do verão, estação que marcava o início da mudança dos ponteiros dos relógios, o brasileiro voltou a questionar se o Horário de Verão vai voltar. O modelo foi abolido em 2019 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, e não deve ser retomado em 2026.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), o governo continua avaliando, de forma periódica, a possibilidade de adoção do horário de verão. Até o momento, porém, não há indicação de retomada da medida.
A pasta explica que o horário de verão deixou de entregar os resultados esperados em termos de economia de energia. A principal razão é a mudança no padrão de consumo da população, marcada pelo aumento significativo do uso de aparelhos de ar-condicionado e outros equipamentos de refrigeração ao longo da tarde.
Com isso, o pico de demanda deixou de ocorrer no período noturno, quando o adiantamento dos relógios fazia diferença, e passou a se concentrar por volta das 15h. Esse deslocamento esvaziou a eficácia da política, tornando o horário de verão pouco eficiente nas condições atuais do sistema elétrico brasileiro.
Quem criou o Horário de Verão e para o que serve?
A ideia do horário de verão surgiu ainda no século 18. Em 1784, o cientista e político norte-americano Benjamin Franklin sugeriu que adiantar os relógios permitiria aproveitar melhor a luz natural durante os meses mais quentes do ano, quando o sol nasce mais cedo.
Na prática, porém, a proposta só começou a ser adotada mais de um século depois. A primeira experiência oficial ocorreu em 1915, na Alemanha, em meio à Primeira Guerra Mundial, como forma de economizar energia.
No Brasil, o horário de verão foi implantado pela primeira vez na década de 1930, entre 1931 e 1932. Depois disso, a medida voltou de forma intermitente: entre 1949 e 1952, em 1963 e novamente de 1965 a 1967.
O objetivo sempre foi o mesmo: reduzir o consumo de energia elétrica no horário de pico, geralmente no fim da tarde e início da noite. Ao adiantar os relógios em uma hora, buscava-se diminuir a necessidade de iluminação artificial nesse período.
A adoção passou a ser regular a partir de 1985, durante o governo de José Sarney. Com o tempo, porém, alguns estados deixaram de participar. As regiões Norte e Nordeste, mais próximas da linha do Equador, não registram variações significativas na duração dos dias ao longo do ano e, por isso, acabaram ficando fora do sistema.
No exterior, o horário de verão ainda é adotado em países da Europa e da América do Norte, além de locais como Rússia, Cuba e Turquia. Na Oceania e na América do Sul, Austrália, Nova Zelândia e Chile também mantêm sistemas semelhantes, com regras próprias para cada região.