Economia

Por que a cédula de R$ 200 foi criada? Entenda o motivo

A nova nota será lançada no final deste mês com a circulação de 450 milhões de unidades da cédula.

A nova cédula de R$ 200 será lançada no final deste mês com a circulação de 450 milhões de unidades da nota, conforme anunciado pelo Banco Central, em 29 de julho. Mas você sabe porque ela será criada? Entenda a seguir porque a nova cifra entrará em circulação mesmo em momento de crise econômica. 

 

Por que a cédula de R$ 200 foi criada?

De acordo com o Banco Central, a nota de 200 reais foi lançada devido ao aumento da demanda por notas para circulação no mercado. Por causa da pandemia e, consequentemente, do agravamento da crise econômica, é comum as pessoas retirarem o dinheiro da conta e guardarem em casa. 

Em entrevista coletiva, a diretora de Administração do Bacen, Carolina de Assis Barros, afirmou que “não só o Banco Central Brasileiro, mas também Bancos Centrais de outros países, observaram o fenômeno do entesouramento desde que a pandemia começou. Este não é um fenômeno típico do nosso país. Em momentos de incerteza, as pessoas tendem a fazer saques e acumular reservas, porque o dinheiro em momentos de incerteza é sinal de segurança, de estabilidade”.

Logo, o entesouramento diminui o volume de moeda circulando, ainda mais com comércios fechados e o predomínio de transações bancárias realizadas digitalmente.

Além disso, a criação da cédula de R$ 200 pode ser uma alternativa econômica para custos de emissão de notas. "Para quem recebe o auxílio emergencial , em vez de sacar 6 notas de R$ 100, o saque erá de 3 notas de R$ 200. Pessoas que pegarem nota de R$ 200 vão fazer transações de baixo valor, o que vai exigir grande volume de notas menores para dar troco”, afirmou Fábio Terra, economista e professor da Universidade Federal do ABC, para o BBC News. 

Com a nota de maior valor em circulação, as outras cédulas serão necessárias e reativam o mercado interno, principalmente em relação ao troco.

O que é entesouramento?

Guardar dinheiro é uma prática comum em momentos de crise econômica. (foto:pixabay)

O entesouramento nada mais é que o ato de guardar dinheiro em espécie em casa.

Segundo o Bacen, as principais causas para a ocorrência desse fenômeno são: saques para formação de reservas, diminuição do volume de compras no comércio em geral e valores pagos em espécie aos beneficiários dos auxílios não retornaram com a velocidade esperada. 

Em entrevista ao jornal Estadão, o CEO da Vallus Capital, Caio Mastrodomenica, afirmou que “com a nota mais alta, as pessoas ficarão mais propensas a guardar do que gastar”. Ou seja, reservar dinheiro em momentos de crise e de incerteza é, de certa maneira, uma segurança para eventuais gastos no futuro próximo. 

Além disso, segundo o analista da Ativa Investimentos, Márco Loréga, “a primeira impressão que a nova nota de R$ 200 causa é um pouco de receio. Isso porque ela remete a um passado que vimos notas de valores altos em moedas passadas e isso dá a entender que podemos ter um cenário de maior desvalorização no real. Então, o primeiro impacto é um susto”, declarou em entrevista ao portal e-Investidor, do Estadão. 

Por fim, há ainda muitas incertezas no cenário internacional acerca do fim da pandemia. Mesmo com novas vacinas sendo testadas ao redor do mundo, não existem garantias que a Covid-19 seja erradicada, sobretudo, no Brasil. 

 

A cédula de R$ 200 já está em circulação?

A cédula oficial ainda não entrou em circulação no país. A previsão é para meados do mês de agosto de 2020.

Mesmo assim, notas falsas já estão sendo criadas, ainda que o Bacen não tenha divulgado a imagem da nova nota, por motivos de segurança.

Sobre isso, o Bacen já alertou a população. "Fique atento! (..) não aceite ou repasse qualquer nota com esse valor", em publicação no Twitter.

Notas falsas já estão em circulação, mesmo que a imagem oficial da nota ainda não tenha sido divulgada. (foto:reprodução)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Notas falsas já foram encontradas no comércio em Madureira, zona norte do Rio de Janeiro, e suas imagens circularam nas redes sociais.

Por que o lobo-guará será representado na cédula de R$200?

Foram criadas petições para que o cachorro vira-lata fosse a espécie representada na nova cédula.. (foto:reprodução/twitter)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Segundo o Bacen, a escolha do animal foi realizada com base em uma pesquisa de 2001. Na ocasião, as espécies da fauna brasileira mais votadas foram a tartaruga-marinha, o mico leão-dourado e o lobo-guará.

Como as cédulas de R$ 2,00 e R$ 20,00 já são representadas pelas duas primeiras espécies da pesquisa, respectivamente, a opção para a nova nota foi o lobo-guará.

Porém, após o anúncio da nova cédula, abaixo-assinados circularam nas redes sociais. Uma das petições foi organizada pelo deputado federal Fred Costa (Patriota-MG) e já contabiliza mais de 100 mil assinaturas.

Na descrição do abaixo-assinado, Fred afirma que o intuito de colocar o cachorro vira-lata na cédula é uma forma de incentivar a adoção e o controle da espécie. "Não descartamos a relevância do Lobo-guará na história e na fauna brasileiras, porém o cachorro vira-lata está mais relacionado ao cotidiano dos brasileiros e, além disso, é presente em todas as regiões do país", declarou.

Por fim, o Bacen já informou que não haverá mudança e o lobo-guará será o animal representado na nova cédula.

 

Última modificação em 29/07/2022 11:00

Ver Comentários

  • Aproveito a página e os frequentadores que devem ter conhecimento para me esclarecer uma dúvida:
    Em uma longa viagem a Europa pude constatar que tudo que se vendem por lá tem o valor aproximado do Brasil, carros, comida, roupas são mais baratas, transporte público é mais baratos também, cervejas, refrigerantes, queijos, frutas, chips (salgadinhos em geral) carne de porco ou frango, ou seja, o custo de vida na Europa chega a ser mais em conta que no Brasil. Aí eu pergunto: Como pode uma trabalhador de serviços gerais ganhar por volta de 8.000 reais na Europa (Alemanha) e aqui no Brasil ser apenas 1.045?

Compartilhe
Tags: Dinheiro