Setor destinado a pets deve entrar em fase de consolidação

Grandes empresas do setor de varejo de produtos para pets preparam investimentos; marca própria, complexos multiuso e clube de assinatura são tendências.

São Paulo - Por ser um setor mais resiliente à crise e ainda pouco explorado, o varejo de produtos para pets tem atraído a atenção de grandes grupos e o maior aporte de redes na consolidação da operação. A briga daqui para frente será para ver quem ficará com a maior fatia desse bolo. Prova disso, a rede de drogarias Nissei (oitava maior do País) investiu no final do ano passado R$ 4 milhões na abertura de seu primeiro pet shop, o Hiperzoo, localizado em Curitiba (PR).

A sócia-proprietária da loja, Patricia Maeoka, explica que a decisão de investir no setor se deu por dois motivos: por ser um dos mercados que mais crescem na crise e por ainda ser dominado por pequenos lojistas independentes. "Vai haver uma profissionalização e consolidação do setor, e é justamente isso que estamos buscando com a nossa loja: aproveitar desse movimento". Até o final deste ano, a empresa prevê abrir mais uma unidade em Curitiba e investir cerca de R$ 2 milhões na ampliação da operação atual. "Queremos tornar a loja um complexo 24 horas, além de acrescentar um hospital e uma creche para os pets", diz.

A loja em funcionamento possui dois mil m² de área de vendas e mais cinco mil m² de terreno para expansão. Para as inaugurações, a meta da rede também é investir em unidades de grande porte. Fundada em 2002 e já com 47 unidades em operação, a Petz, segunda maior rede do Brasil (atrás apenas da Cobasi), pretende acelerar a expansão este ano, buscando aumentar ainda mais a participação no mercado. "Queremos abrir mais 15 lojas ainda em 2017 e vamos marcar a nossa estréia na região Sul do Brasil", diz o presidente da rede, Sergio Zimerman. Segundo ele, a empresa vem apresentando nos últimos anos um crescimento acima do mercado, e tem visto ganhos expressivos de market-share.

Setor para pets - expansãoCrescimento do setor

Apesar do Instituto Pet Brasil e da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) - entidades que divulgam dados do setor - ainda não terem informações consolidadas de 2016, Zimerman afirma que se tem falado no mercado em um crescimento nominal entre 7% a 10% no ano passado. "O que seria quase andar de lado em termos reais", acrescenta. Já em relação ao desempenho da Petz, o executivo afirma que a empresa viu uma alta nominal de 31% nas vendas totais e de 12% no conceito 'mesmas lojas' (que considera apenas as unidades inauguradas nos últimos 12 meses). Para este ano, ele aponta que a perspectiva é crescer 50% no total, e 15% em 'mesmas lojas'.

Em termos de investimentos, além das inaugurações, o executivo aponta que uma das principais apostas para o ano será no desenvolvimento das marcas próprias para pet. De acordo com ele, a companhia contratou no final do ano passado uma empresa para desenvolver os produtos e tem um cronograma de lançamentos que começa no segundo semestre de 2017 e que dura por pelo menos mais três anos. "A expectativa é que, em média, cada segmento de marca própria represente de 10% a 15% do total da categoria", afirma.

Outro grande player do setor, a loja virtual Petlove, também quer aproveitar da tendência de consolidação para ganhar mercado. "Eu comecei a atuar no ramo em 1998. A diferença de lá para cá é brutal, mas ainda tem muito para evoluir. São vários players pequenos e informais, e a própria maturação do consumidor vai exercer o papel de expulsar esses lojistas", afirma o fundador da empresa, Márcio Waldman. Diante da perspectiva, uma das principais apostas da Petlove para conquistar o consumidor será investir ainda mais no programa de assinaturas da rede (lançado em 2013), e que já representa mais de 25% do faturamento total.Waldman explica que no sistema o cliente realiza a assinatura de alguns produtos e a entrega e cobrança são feitas de forma automática.

Além disso, para esses itens há um desconto de 10% no valor. A vantagem para a companhia consiste na fidelização do consumidor e em ter uma receita garantida. Com quatro unidades em operação e planos para a abertura de mais dez até o final do ano, a Animal Place é outra rede que busca ocupar um espaço no setor de pet shops. Para isso, a aposta será na expansão por franquias. "Estamos usando a estratégia em 0027espiral 0027: saindo da capital de São Paulo e buscando expandir para o interior". Até 2020, o plano é chegar à pelo menos 20 lojas.

Você pode gostar também
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você esteja de acordo com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. Aceito Mais detalhes