Os parlamentares da oposição pretendem usar as provas apresentadas na 2º fase da Operação Lava Jato, denominada de Aracajé, para reforçaar ação movida pelo PSDB no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a chapa Dilma Rousseff/Michel Temer, eleita em 2014.
A ideia é solicitar que as provas obtidas sobre os pagamentos feitos pela Odebrecht a contas do publicitário João Santana, marqueteiro de Dilma e do ex-presidente Dilma, municiem a tese de que dinheiro do chamado ‘petrolão’ serviu para pagar despesas da campanha petista.
‘O pensamento das oposições e este: de pedir que as provas que ainda não foram enviadas ao TSE sejam remetidas agora’, diz o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN).
Na ação, a presidente é acusada de ter se reelegido com abuso de poder político e econômico.
É o que pensa também do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR): ‘Está claro que o esquema de propina do petrolão abasteceu a campanha. Nem o guru da mentira do PT escapou da Lava Jato’.
Além disso, líderes de oposição na Casa vão se reunir nesta terça-feira, 23, para discutir os últimos acontecimentos e definir como será a mobilização para as manifestações de 13 de março contra a presidente Dilma.
Contrário as declarações do líder do DEM, o vice-líder do governo na Câmara, Silvio Costa (PTdoB-PE), disse que a tentativa da oposição de reacender o debate sobre impeachment é mais ‘espuma’ e defendeu a presidente desafiando qualquer pessoa a encontrar um telefonema de Dilma pedindo dinheiro para a campanha.
‘A presidente não cuidava das finanças da campanha. Todo comitê eleitoral tem seu tesoureiro’, disse.
Lava Jato impulsiona a Bolsa
A nova fase da Operação Lava Jato, que atingiu João Santana tambêm ajudou a impulsionar as ações.
No primeiro dia semana, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou nesta segunda-feira, 22, com valorização.
Desde o início do pregão, o índice caminhou em terreno positivo, impulsionado por um grande movimento de compra, com base em notícias externas favoráveis, principalmente vindas da China, e em valorizações dos preços de commodities.
Prisão de Santana repercute no Senado
A 23º fase da Operação Lava Jato repercutiu durante o dia no Congresso Nacional onde a oposição comparou Santana a Duda Mendonça, responsável pela campanha da primeira eleição de Lula, em 2002. O líder da oposição no Senado, José Agripino (DEM-RN), disse que o pedido de prisão do publicitário evidencia uma prática que se tornou ‘recorrente nas campanhas eleitorais do PT’.
Para o líder do PSDB no Senado, Céssio Cunha Lima, o pedido de prisão de Santana comprova que houve prática de crime eleitoral, já que, segundo ele, ninguém pede uma prisão sem ter elementos para justificá-la.
OAB diz que Delcídio não tem condições morais de reassumir cargo
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Claúdio Lamachia, disse que o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) não tem ‘condições morais’ para reassumir seu cargo no Congresso. Ele acredita que impedir que o senador investigado continue no Senado seria bom para as apurações do esquema de corrupção na Petrobras.
‘O senador Delcídio deve ter acesso á ampla defesa e ao devido processo legal nas ações que pesam contra ele, mas não tem condições morais de ocupar uma vaga no Senado. Afastá-lo do
Desagravo ao ex-presidente
O programa de televisõo do PT que ser exibido em cadeia nacional nesta terça-feira, 23, dever despertar panelaços pelo País, porque fará um desagravo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No vídeo de cerca de 10 minutos, o partido afirma que setores da sociedade e da oposição estão desrespeitando as regras e atacando e caluniando o petista. A presidente Dilma Rousseff não aparece no vídeo.
‘Agora, atacam e caluniam o presidente Lula. Desrespeitam todas as regras para chegar ao poder a qualquer custo’, afirma o partido.
No vídeo, o PT também questiona ‘por que tanto ódio’ contra o partido. ‘Erros se corrigem, dificuldades passam, o povo sabe disso’, diz. A legenda afirma que mundo tem o direito de defender suas ideias, mas que tem horas que é preciso ser ‘maior que nós mesmos’. ‘A hora não de defender as bandeiras que separaram, de reunir foras para fortalecer o Brasil’, conclama o partido.