Brasil investiga 1°caso de fungo fatal super-resistente a medicamentos

O fungo foi encontrado em um paciente internado na Bahia devido a complicações de Covid-19

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um comunicado na tarde desta terça-feira, 8, alertando sobre a possível detecção do primeiro caso no país de Candida auris, um fungo fatal super-resistente a medicamentos. Segundo o órgão, “o fungo é emergente e uma grave ameaça à saúde global”. 

Primeiro caso foi encontrado em paciente internado com Covid-19

O fungo fatal  foi identificado em uma amostra da ponta de um cateter de paciente internado com Covid-19 na UTI de um hospital no estado da Bahia. O nome da unidade médica não foi revelado. 

O material foi colhido no dia 4 de dezembro e enviado ao Laboratório Central de Saúde, o LACEN, que detectou a Candida auris. A amostra foi levada em seguida para o Laboratório do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), que realizou a contraprova e confirmou a existência do fungo fatal. 

Agora, o microrganismo  segue para o Laboratório Especial de Micologia da Escola Paulista de Medicina (LEMI–UNIFESP), onde serão feitas as análises fenotípicas para identificar o perfil de sensibilidade e resistência e o seu sequenciamento genético (padrão-ouro). 

Mas, afinal, quais riscos este fungo fatal oferece ao mundo?

  • O Candida auris é um fungo com alto potencial de surtos devido a sua dificuldade de combate, a sua alta resistência a medicamentos e a sua dificuldade de diagnóstico;
  • Além de poder permanecer no ambiente por semanas e meses, ele também sobrevive a diversos desinfetantes, o que aumenta a possibilidade de infecção;
  •  O fungo pode causar infecção em corrente sanguínea e outras invasivas, o que pode ser fatal para pessoas com comorbidades;
  • O Candida auris pode ser facilmente confundido com outros tipos de leveduras e o seu tratamento pode não ser feito de forma adequada. 

Primeiros casos detectados no mundo

O fungo foi identificado pela primeira vez no mundo como causador de doença humana no Japão, em 2009. Mas em 2016 também houve relatos de surtos na América Latina. Os alertas foram emitidos pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e pela  Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Devido aos casos na época, o Brasil preparou um comunicado de risco em 2017 contendo orientações “para a vigilância laboratorial, encaminhamento de casos isolados para laboratórios de referência e medidas de prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde (Iras) pela C. auris”. No entanto, desde lá, não havia nenhum caso confirmado ou suspeito no país deste fungo fatal. 

Agora, com a nova detecção, o documento foi atualizado para contemplar a situação epidemiológica vivida pelo mundo causada pelo novo Coronavírus. Uma força tarefa foi montada para investigar o fungo fatal e prevenir novos outros. A recomendação da Anvisa é que os laboratórios sigam as orientações do documento. 

 

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