Gasolina vai aumentar em junho: Petrobras autoriza novo reajuste de 2022
Preço médio do combustível vendido para as distribuidoras foi reajustado em 5,2%
Após 99 dias sem reajuste, o valor do litro da gasolina vai aumentar no Brasil. Nesta sexta-feira (17), a Petrobras anunciou que o preço médio de venda do combustível para as distribuidoras sairá de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro, um aumento de 5,2%. O reajuste acontece depois que a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei limita a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os combustíveis na tentativa de frear a inflação da gasolina e do diesel.
Por que a Gasolina vai aumentar de novo?
Por meio de nota, a Petrobras afirmou que o novo aumento ocorre após uma "mudança estrutural no patamar de preços globais", que levou a estatal a buscar a "convergência com os preços de mercado". Como possui uma política de Preço de Paridade de Importação (PPI), a Petrobras cota os combustíveis de acordo com o mercado internacional, tendo como base o preço do dólar. Sendo assim, a valorização da moeda americana afeta o mercado brasileiros de combustíveis.
"Com a aceleração da recuperação econômica mundial a partir do segundo semestre de 2021 e, notadamente, com o início do conflito no Leste Europeu em fevereiro de 2022, tem-se observado menor oferta e maior demanda por energia, com aumento dos preços e maior volatilidade nas cotações internacionais de commodities energéticas", destacou a estatal em seu comunicado.
- gasolina vai aumentar 5,18%;
- diesel sobe 14,26%
Diesel também fica mais caro
Além do reajuste para a gasolina, a Petrobras também autorizou o aumento no preço médio do óleo diesel. A partir deste sábado, 18 de junho, o combustível sofrerá um reajuste de 14,2%. O último aumento do combustível aconteceu no dia 10 de maio. Agora, o valor cobrado pela Petrobras por litro sairá de R$ 4,42 para R$ 5,05, em média.
Apesar do reajuste, a Petrobras afirmou que "é sensível ao momento em que o Brasil e o mundo estão enfrentando e compreende os reflexos que os preços dos combustíveis têm na vida dos cidadãos".
Como o preço praticado na bomba ainda é acrescido de outros impostos, o valor cobrado será maior para os consumidores. De acordo com a última pesquisa realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no dia 11 de junho, o valor médio da gasolina no Brasil era de R$ 8,490. Já o óleo diesel estava custando R$ 8,430. Caso os repasses sejam repassados integralmente para o consumidor, a gasolina vai aumentar para R$ 8,914, enquanto o diesel passará a custar R$ 9,627.
Repercussão sobre a "gasolina vai aumentar"
O novo reajuste foi anunciado um dia depois da Câmara dos Deputados aprovar as emendas do Senado ao projeto que estabelece um limite de 17% na cobrança do ICMS nos combustíveis. A expectativa era de que a medida causasse uma queda no preço da gasolina e diesel no país. No entanto, com o novo reajuste da Petrobras, o preço da gasolina vai aumentar, assim como o do diesel.
Por meio das redes sociais, o anúncio que a gasolina vai aumentar foi criticado pelo presidente Jair Bolsonaro. Em seu twitter, o chefe do executivo federal afirmou que "o Governo Federal como acionista é contra qualquer reajuste nos combustíveis, não só pelo exagerado lucro da Petrobras em plena crise mundial, bem como pelo interesse público previsto na Lei das Estatais".
Além disso, Bolsonaro também demonstrou preocupação com as possíveis consequências do reajuste. "A Petrobras pode mergulhar o Brasil num caos. Seus presidente, diretores e conselheiros bem sabem do que aconteceu com a greve dos caminhoneiros em 2018, e as consequências nefastas para a economia do Brasil e a vida do nosso povo".
Também por meio twitter, o presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira, criticou o anúncio que a gasolina vai aumentar. Na rede social, o deputado chegou a pedir a renuncia do atual presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho. "Não por vontade pessoal minha, mas porque não representa o acionista majoritário da empresa - o Brasil - e, pior, trabalha sistematicamente contra o povo brasileiro na pior crise do país", justificou.
Lira afirmou ainda que, na próxima segunda-feira (20), convocará uma reunião para discutir a política de preços da estatal. "Enquanto tentamos aliviar o drama dos mais vulneráveis nessa crise mundial sem precedentes, a estatal brasileira que possui função social age como amiga dos lucros bilionários e inimiga do Brasil. Na segunda feira, estarei convocando uma reunião de líderes para discutir a política de preços da Petrobras. Política da Petrobras, que pertence ao Brasil e não à diretoria da Petrobras", concluiu.
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