Libertadores

Quem ganhou a Libertadores 2023: Fluminense é campeão

Fluminense e Boca Juniors disputaram a final da Libertadores neste sábado, 04 de novembro, no Maracanã

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Foram anos de espera, mas a torcida tricolor finalmente pode celebrar: pela primeira vez na história, o Fluminense é campeão da Libertadores, o maior torneio continental do futebol. Com o Maracanã lotado, o clube venceu o Boca Juniors neste sábado, 04 de novembro, por 2 x 1 com gols de Cano e John Kennedy. Confira como foi a trajetória do Tricolor e os melhores momentos.

Fluminense ganhou a Libertadores 2023 | Como foi o jogo

De forma inédita, a final da Libertadores em 2023 coroa o Fluminense, clube do bairro de Laranjeiras, zona Sul da cidade do Rio de Janeiro, com direito a festa da torcida brasileira no Maracanã. Em 2008, o elenco bateu na trave ao chegar até a final da competição, mas perder nos pênaltis para o LDU Quito, do Equador.

Este é o terceiro título de Fernando Diniz na temporada, o primeiro de expressão. No início do ano o clube venceu a Taça Guanabara e o Campeonato Carioca sob o comando do profissional, que também cuida da Seleção Brasileira de futebol profissional.

O Fluminense, do treinador Fernando Diniz, veio para campo com o goleiro Fábio; os laterais Marcelo e Samuel Xavier; os zagueiros Nino e Felipe Melo improvisado; os meias Martinelli, André, Ganso; e os atacantes Jhon Arias, Keno e Germán Cano.

Já Jorge Almirón, do Boca Juniors, armou o time para a final com o goleiro Romero; os laterais Advincula e Fabra; os zagueiros Figal e Valentini; os meias Medina, Fernández, Ezequiel Fernández e Valentín Barco; e os atacantes Cavani e Merentiel.

 

PRIMEIRO TEMPO DA FINAL DA LIBERTADORES

Antes mesmo dos jogadores subirem ao gramado, torcedores do Fluminense e Boca Juniors soltaram os pulmões e fizeram questão de disputar qual torcida protagonizava a melhor festa no Maracanã. Clima de final com bandeiras, músicas e camisas de ambos os clubes enfeitavam as arquibancadas do maior estádio do país.

Nenhuma das equipes teve grandes chances no comecinho do primeiro tempo. O Tricolor  dominou a posse de bola e até assustou o goleiro Romero com a primeira finalização da final aos 13 minutos, em Cano de cabeça, mas sem sucesso. O Boca respondeu no minuto seguinte, mas Fábio apareceu bem para pegar a bola.

O jogo seguiu o mesmo até os 23, até os ânimos esquentarem. O zagueiro Valentini, do Boca, se estranhou com Ganso e até acertou uma cabeçada no meia brasileiro. Os argentinos tiveram, talvez, a melhor das oportunidades aos 32 em jogada de Cavani e Barco, até o impedimento no uruguaio ser marcado pela arbitragem.

Foi aí que tudo mudou. Aos 36 minutos, Keno tabelou com Arias e, ao encontrar Cano na área sozinho, lançou para o argentino que, com simples toque, encheu as redes do Boca. Artilheiro da Libertadores, Cano chegou a marca de 13 gols na competição com a camisa do Tricolor das Laranjeiras.

O Fluminense passou a dominar a partida após o gol, pressionando o adversário na saída de bola enquanto o Boca tentou se segurar. Marcelo teve bom chute aos 40, mas a bola passou longe do gol. Fim do primeiro tempo, os atletas seguiram ao vestiário.

 

SEGUNDO TEMPO DA FINAL DA LIBERTADORES

Com a vantagem no placar, o Fluminense cometeu, talvez, o seu maior erro na final da Libertadores: recuar e acomodar-se na defesa. O Boca Juniors, por outro lado, fez questão de buscar o jogo e tentar empatar ou até mesmo virar a decisão.

Como é tradição em disputa de brasileiros e argentinos, os jogadores do Boca foram para o tudo ou nada, cometendo faltas e quase lesões nos jogadores do Tricolor. O segundo tempo começou a esquentar, e os atletas passaram a se estanhar em campo, até mesmo o experiente Cavani.

Com 11 minutos no relógio, Advíncula fez o primeiro chute perigoso em favor dos argentinos. André, aos 23, teve a primeira chance do Fluminense na etapa ao chutar de longe para as mãos do goleiro Romero. O Boca Juniors ganhou força e seguiu pressionando o Fluminense, que parecia abatido.

Em chute no canto direito do goleiro Fabio aos 26 minutos, Advíncula deixou tudo igual na final. Fernando Diniz colocou John Kennedy, Lima, Diogo Barbosa e Guga em campo para mudar a dinâmica, mas a melhor tentativa veio nos acréscimos com Diogo Barbosa de fora da área.

 

PRORROGAÇÃO DA FINAL DA LIBERTADORES

Empate em 1 a 1 no tempo normal, prorrogação iniciada. Tudo igual para as equipes no Maracanã e a última chance de colocar as mãos na tão desejada taça para ambos. No primeiro tempo da etapa extra, Keno teve de cara a primeira chance com apenas um minuto ao chutar de longe, mas Romero defendeu.

Mesmo com o cansaço físico, as duas equipes seguiram minuto a minuto disputando a bola. Aos 8 minutos, a história foi escrita na Libertadores: o jovem John Kennedy, de 21 anos, saiu do banco no segundo tempo para fazer  gol da virada. Em cabeçada de Keno, o garoto aproveitou e encheu as redes do goleiro Romero. No entanto, após marcar, o atacante foi expulso de campo depois de ir comemorar com a torcida.

O primeiro tempo demorou para acabar após uma pequena confusão envolvendo agressão entre Fabra e Nino. Após a checagem no VAR, o árbitro expulsou Fabra.

Fluminense e Boca Juniors entraram para o segundo tempo da prorrogação com um a menos. O time argentino foi mais perigoso em lances, com Advíncula chutando de longe, mas a bola bateu na defesa e sai para escanteio. Benedetto também tentou, mas não obteve sucesso.

Enquanto o Boca se manteve à frente, o Fluminense optou por se defender. Fábio, aos 5 minutos, defendeu o chute de Taborda, enquanto Guga, aos 9, errou o alvo após ficar cara a cara com o gol do Boca.

Sem tempo para mais nada, o juiz apitou e, em 2 x 1 após a prorrogação, o Fluminense conquista a sua primeira taça da Libertadores da América.

Qual é a premiação da Libertadores em 2023?

Além da taça e da medalha de ouro, o Fluminense também vai embolsar a premiação de US$ 18 milhões (o mesmo que R$ 94,5 milhões) entregue pela Conmebol após a cerimônia de premiação. Vice-campeão, o Boca Juniors vai ficar com a recompensa de R$ 36,7 milhões (o valor de US$ 7 milhões).

Em cada fase que os times avançam na competição, um novo valor em dólar é destinado aos cofres dos competidores da Libertadores. Como é o principal torneio do continente e possui mais patrocinadores, cotas de TV e publicidades, os valores são superiores aos da Sul-Americana, por exemplo.

No ano passado, o Flamengo levou US$16 milhões (R$ 82 milhões) da Conmebol, enquanto o vice ficou com R$ 31 milhões (ou US$ 6 milhões).

 

Fase de grupos: R$ 15,7 milhões (US$ 3 milhões)
Oitavas de final: R$ 6,6 milhões (US$ 1,25 milhão)
Quartas de final: R$ 8,9 milhões (US$ 1,7 milhão)
Semifinal: R$ 12,1 milhões (US$ 2,3 milhões)
Vice-campeão: R$ 36,7 milhões (US$ 7 milhões)
Campeão: R$ 94,5 milhões (US$ 18 milhões)

Como foi a trajetória do Fluminense na Libertadores 2023

Classificado para a fase de grupos da Libertadores, o Fluminense não precisou passar pela etapa preliminar do torneio, assim como foi na edição passada. No grupo D, o Tricolor das Laranjeiras fez uma boa campanha para garantir a liderança com 10 pontos.

Em 05 de abril, estreou com vitória diante do Sporting Cristal, no Peru. Depois, venceu o The Strongest em casa, goleou o River Plate em casa, perdeu para o The Strongest fora, para o River e empatou com o Sporting na última rodada da primeira fase.

No mata-mata, passou pelo Argentinos Juniors, Olimpia e o compatriota Internacional.

 

FASE DE GRUPOS DA LIBERTADORES
Sporting Cristal 1 x 3 Fluminense
Fluminense 1 x 0 The Strongest
Fluminense 5 x 1 River Plate
The Strongest 1 x 0 Fluminense
River Plate 2 x 0 Fluminense
Fluminense 1 x 1 Sporting Cristal

FASE FINAL DA LIBERTADORES
Argentinos Juniors 1 x 1 Fluminense
Fluminense 2 x 0 Argentinos Juniors
Fluminense 2 x 0 Olimpia
Olimpia 1 x 3 Fluminense
Fluminense 2 x 2 Internacional
Internacional 1 x 2 Fluminense

Fluminense em semifinal contra o internacional - foto: reprodução/marcelo gonçalves/fluminense

Time do Fluminense em 2023

A conquista da primeira taça da Libertadores do Fluminense não é apenas do treinador Fernando Diniz, mas sim do elenco tricolor. Composto por jogadores brasileiros e internacionais, a vitória não seria possível sem o esquadrão que entrou em campo em cada uma das rodadas da competição até a final.

O resultado foi perfeito, e agora a taça segue para as Laranjeiras, no Rio de Janeiro, onde ficará exposta ao lado dos outros troféus.

 

GOLEIROS DO FLU
Fábio
Pedro Rangel
Vitor Eudes

 

LATERAIS DO FLU
Diogo Barbosa
Samuel Xavier
Jorge
Guga
Marcelo

 

ZAGUEIROS DO FLU
Vitor Mendes
Manoel
David Braz
Nino
Marlon

 

MEIAS DO FLU
Martinelli
Felipe Melo
Alexsander
André
Thiago Santos
Lima
Giovanni
Léo Fernández
Jhon Arias
Daniel
PH Ganso

 

ATACANTES DO FLUMINENSE
Yony González
Germán Cano
Lelê
John Kennedy
Keno

Time completo do fluminense em 2023 - foto: reprodução/mailson santana/fluminense fc

Saiba quantas rodadas para acabar o Brasileirão 2023

Títulos do Fluminense

Fundado em 21 de julho de 1902, o Fluminense é considerado um dos maiores clubes de futebol do Rio de Janeiro por suas conquistas no estadual, torneios nacionais e agora internacionais. Além de conquistar a taça da Libertadores, o Flu terá a chance de enfrentar o Manchester City na final do Mundial de Clubes da FIFA, sem data.

No Brasileirão são quatro conquistas entre os anos de 1970, 1984, 2010 e 2012, enquanto na Copa do Brasil o elenco tricolor tornou-se vencedor em 2007 pela primeira e única vez. O clube também soma títulos de torneios amistosos disputados fora do país.

A seguir, confira a lista de títulos do Fluminense.

 

Campeonato Brasileiro - 4 títulos (1970, 1984, 2010 e 2012)
Libertadores - 1 título (2023)
Copa do Brasil - 1 título (2007)
Torneio Rio/São Paulo - 3 títulos (1940, 1957 e 1960)
Copa da Primeira Liga - 1 título (2016)
Campeonato Carioca - 33 títulos (1906, 1907, 1908, 1909, 1911, 1917, 1918, 1919, 1924*, 1936*, 1937, 1938, 1940, 1941, 1946, 1951, 1959, 1964, 1969, 1971, 1973, 1975, 1976, 1980, 1983, 1984, 1985, 1995, 2002, 2005, 2012, 2022 e 2023)
Copa Rio Internacional - 1 título (1952)
Torneio Internacional de Verão - 1 título (1973)
Copa Viña del Mar - 1 título (1976)
Torneio de Paris - 2 títulos (1976 e 1987)
Troféu Teresa Herrera - 1 título (1977)
Torneio de Seul - 1 título (1984)
Copa Kirin - 1 título (1987)
Torneio de Kiev - 1 título (1989)

* informações do site oficial do Fluminense

Confira a lista completa dos maiores campeões da Libertadores

Última modificação em 04/11/2023 19:56

Beatriz Fabbri

Jornalista, especialista na cobertura de futebol internacional, esportes, e apaixonada por animais.

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