Como ficam as aplicações de renda fixa com Selic a 3,5%

Rentabilidade deve subir nesse tipo de investimento, apesar de a Selic a 3,5% ainda ficar abaixo da inflação

Não conte com uma melhora significativa em aplicação de renda fixa com a nova elevação da Selic para 3,50% ao ano, taxa de referência para o cálculo de rendimento das aplicações mais conservadoras. A nova alta passa a dar algum alento à renda fixa, que começa a ficar pouco mais encorpada depois das duas últimas elevações, que perfazem 1,50 ponto porcentual (0,75 ponto porcentual na reunião do Copom de março mais 0,75 ponto porcentual decidido nesta quarta-feira).

De modo geral, todas as aplicações de renda fixa têm algum acréscimo na rentabilidade, mas a mais beneficiada pela alta do juro básico é a que tem o rendimento pós-fixado atrelado à Selic. Até porque a expectativa geral do mercado é de que o ciclo de elevação do juro básico tenha continuidade.

Nessa perspectiva são beneficiados o Tesouro Selic, título público ofertado na plataforma do Tesouro Direto, e os fundos DI, que têm a carteira formada por Letras Financeiras do Tesouro (LFT), versão do Tesouro Selic no mercado secundário.

Com o novo ajuste na Selic, a analista da Rico Investimentos Paula Zogbi   recomenda o aumento de exposição da carteira do investidor aos títulos pós-fixados atrelados à Selic. Não tanto pelo que a taxa já subiu nos dois encontros do Copom, mas pelas novas altas previstas até o fim do ano.

Selic é ainda negativa, abaixo da inflação

De fato, a Selic a 3,50% ainda é baixa e negativa, em termos reais, em relação à inflação corrente. Para Paula, no entanto, esse descompasso em relação à inflação tende a desaparecer à medida que a Selic for subindo e a inflação acentuar a trajetória de baixa.

Estimativas de analistas e economistas do mercado, contidas na última edição do boletim Focus, indicam que 2021 pode chegar ao fim com taxa Selic de 5,50% e inflação acumulada pelo IPCA de 5,04%.

A analista da Rico Investimentos destaca ainda a liquidez como ponto positivo da renda fixa, principalmente no atual cenário de incertezas políticas e econômicas. Para ela, é importante ter a possibilidade de fazer o resgate a qualquer momento com rendimento, até mesmo para a remodelação da carteira de investimentos.

Dado o atual cenário ainda incerto de inflação em função do risco fiscal, apesar da firme decisão do Banco Central de combatê-la por meio da alta dos juros, Paula orienta também a alocação de parte dos recursos da carteira no Tesouro IPCA e debêntures incentivadas atreladas à inflação, com isenção de imposto de renda. Em geral, ambos seguem o mesmo critério de remuneração. Tanto o Tesouro IPCA como as debêntures rendem juros mais correção monetária pelo IPCA.

Você pode gostar também
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você esteja de acordo com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. Aceito Mais detalhes