Cuba adotará Bitcoin em suas diretrizes econômicas

Medida, anunciada pelo Partido Comunista de Cuba, seria alternativa à crise econômica pela qual a ilha passa

O Partido Comunista de Cuba (PCC) revelou, durante a realização de seu VIII Congresso, entre os dias 16 e 19 de abril, que o Bitcoin (BTC) fará parte das novas diretrizes econômicas elaboradas para o país. O anúncio foi feito por Mercedes López Acea, integrante do Bureau Político, órgão máximo da alta direção do Partido. Segundo ela, no âmbito das novas orientações, o objetivo será “avançar no estudo das criptomoedas nas atuais condições da economia”, o que significa que o Bitcoin deve ser uma alternativa para a crise econômica que Cuba atravessa.

De acordo com o Granma, jornal oficial do PCC, além de criptomoedas foram discutidos outros temas estratégicos para o progresso do país. Como o modelo de gestão econômica, política de investimentos, ciência, tecnologia, inovação, seus impactos na sociedade e política social. 

O tema de criptomoedas não chega a ser inédito para os habitantes da ilha, embora o país não tenha desenvolvido nenhuma política de Estado em relação aos criptoativos até então. É possível encontrar comunidades online tanto no Facebook como Bitcoin Cuba, com quase seis mil membros; e no Telegram, embora muito do que é divulgado nos grupos se trate de esquemas de pirâmides usando moedas digitais como iscas.

Cuba e as criptomoedas

Dados analíticos do Google também mostram que o interesse por criptomoedas atingiu o ponto máximo neste ano após o congresso. Em Cuba,  há pelo menos duas exchanges que permitem venda de Bitcoin e algumas outras criptomoedas, além de empresas especializadas em remessas que usam o BTC para enviar dinheiro para a ilha.

O interesse do Partido Comunista de Cuba no Bitcoin também é antigo. Em 2014, um artigo publicado no Granma apontava a criptomoeda como possível candidata para desbancar o dólar como principal moeda da economia mundial, o que, dada as sanções americanas para a ilha, poderia ser de grande ajuda. Já em 2019, o Granma se referiu às criptomoedas como possíveis ferramentas para “resistir ao cerco econômico”. 

Protestos contra o embargo

No domingo, 25, mais de 100 cidades em vários países aderiram a um protesto pedindo o fim das sanções contra Cuba. Segundo a chancelaria cubana, o embargo econômico e financeiro imposto desde 1962 já gerou mais de US$ 144 bilhões em prejuízos à ilha, além de prejudicar a aquisição de medicamentos e equipamentos médicos durante a pandemia de Covid-19.

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