Constituição Federal completa 32 anos: o que mudou com sua chegada?

Promulgada em 5 de outubro de 1988, a Constituição Federal completou 30 anos e é o principal símbolo do processo de redemocratização nacional.

Assinada em 1988, a Constituição Federal completa 32 anos no dia 5 de outubro. A Constituição Cidadã marcou o fim da Ditadura Cívico-Militar (1964-1985) e a redemocratização do país. Além disso, o Brasil contemplou a ampliação dos direitos e garantias da sociedade, bem como manutenção e fortalecimento da democracia.

 

O que é a Constituição Federal?

A Constituição é a Lei Maior de uma nação. Sendo assim, é ela que prevê as normas para garantir direitos e deveres de cidadãos, natos ou naturalizados.

Em geral, o Brasil teve sete constituições desde a Proclamação da República em 15 de novembro de 1889. A última e vigente até hoje, Constituição Cidadã, promulgada em 05 de outubro de 1988, quase um século depois da primeira Lei Maior brasileira.

Celebração de promulgação da constituição federal de 1988
Foto:reprodução/arquivo agência brasil

 

 

'Declaro promulgado o documento da liberdade, da democracia e da justiça social do Brasil', disse o então presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Ulysses Guimarães

A Constituição de 1988 é a segunda mais duradoura das oito que o país já teve em tempos de democracia. Dessa forma, a Constituição da Primeira República, que vigorou de 1891 a 1930 é a mais durou, até o momento atual. Porém, o Brasil teve outra constituição igualmente duradoura, a Constituição do Império, de 1824 a 1889, que deixou de vigorar com a Proclamação da República.

Diferentemente dessas duas, a Constituição Federal de 1988 conseguiu sua estabilidade num ambiente que se pode chamar mais propriamente de democrático, com ampla participação e sufrágio universal. Além disso, das três, é a única que foi promulgada por Assembleia Constituinte eleita e representativa, e não outorgada, de cima a baixo, quer pelo Imperador (1824), quer pelo Presidente da República (1891).

Constituição Federal completa 32 anos

A Constituição assinada em 1988 foi uma das primeiras iniciativas de retomada à democracia, após o período de ditadura. A criação da Lei Maior foi resultado de uma convocação feita pela Emenda Constitucional 26/85, sem texto-base. Dessa forma, o que se tornaria a nova Carta Magna começou do zero, com ampla participação de grupos populares e especialistas, por meio de audiência públicas.

Ao todo, 599 congressistas participaram da elaboração da Constituição Cidadã, sendo o presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Ulysses Guimarães quem a promulgou.

O que mudou com a CF de 1988?

A Constituição aprovada em 1988 trouxe uma série de mudanças quando comparada às Cartas Magnas anteriores. Além de qualificar como crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a tortura e as ações armadas, numa forma de romper com a experiência recente da ditadura militar, a Constituição também instituiu uma série de garantias sociais e políticas, o que levou o deputado Ulysses Guimarães a chamá-la de "Constituição cidadã".

Aliás, três décadas depois, ainda há quem acuse o texto constitucional de ser generoso demais ao fixar direitos e gastos sociais. De fato, a Constituição Cidadã é a décima do mundo em previsão de direitos - são 79, segundo o CPP (Comparative Constitutions Project), projeto coordenado por professores de universidades americanas (do Texas e de Chicago) e britânica (UCL) que compara as constituições de 190 países. Além de direitos individuais - como ao voto, à igualdade e à liberdade -, há previsão de acesso à saúde e educação públicas e benefícios sociais, entre outros.

Dentre as principais evoluções, a Lei Maior Brasileira prevê  liberdade de expressão, concessão de direito ao voto aos analfabetos e jovens de 16 a 17 anos. Além disso, estabeleceu novos direitos trabalhistas, tais como  redução da jornada semanal de 48 para 44 horas, seguro-desemprego e férias remuneradas acrescidas de um terço do salário.

Ademais, destacam-se ainda as seguintes mudanças; reforma no sistema tributário e na repartição das receitas tributárias federais, com propósito de fortalecer estados e municípios; reformas na ordem econômica e social, com instituição de política agrícola e fundiária e regras para o sistema financeiro nacional. Mas também,  leis de proteção ao meio ambiente; fim da censura em rádios, TVs, teatros, jornais e demais meios de comunicação; e alterações na legislação sobre seguridade e assistência social.

Fonte Agência Senado
Você pode gostar também
Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você esteja de acordo com isso, mas você pode optar por não participar, se desejar. Aceito Mais detalhes