Mandetta diz ter alertado Bolsonaro sobre crise de oxigênio

Ex-ministro da Saúde de Bolsonaro disse que governo não monitorou a falta de aparelhos em Manaus e chama gestão presidencial de “governo perverso”

O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta alegou ter alertado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a probabilidade de falta de oxigênio nos hospitais, quando ainda estava no cargo do ministério. Mandetta estava comentando a situação de calamidade e emergência vivida pela população do Amazonas, após o aumento no número de casos de Covid-19, em entrevista à GloboNews.

Mandetta define gestão Bolsonaro como “governo perverso”

"É muito triste abordar esse tema sabendo que esse tema foi abordado por mim junto ao presidente exatamente focando sobre o problema de oxigênio, já que nós já tínhamos assistido na Itália um colapso parcial de oxigênio na cidade de Bergamo, e foi quando as pessoas pararam de ir pro hospital e começaram a falecer em casa", relembrou Mandetta. 

"Oxigênio não acaba da noite para o dia. Essa crise de falta de oxigênio já era presente tranquilamente há mais de um mês. Não está havendo monitoramento, planejamento. [Há] falta de atitude, falta de governança, falta de interesse do governo federal", prosseguiu. 

Mandetta definiu a gestão de Bolsonaro como um "governo perverso". "Tem gente que fala 'isso é uma loucura'. Loucura tem tratamento. Outras palavras você poderia colocar, mas a perversidade me parece que é o adjetivo que eu encontrei com maior similaridade, porque é quando você tem conhecimento das consequências da sua ação", concluiu.

 

O que está acontecendo no Amazonas?

O estado do Amazonas registrou 3.151 novos casos de Covid nesta sexta-feira. Além disso, a sexta marca mais um dia em que o número de enterros em Manaus superou o recorde diário, com 213 sepultamentos. Na quinta-feira (15), o pesquisador da Fiocruz-Amazônia Jesem Orellana relatou que não há mais oxigênio nos hospitais de Manaus e que “os hospitais viraram câmaras de asfixia”.

O sistema de saúde do Amazonas colapsou devido ao grande número de internações de pacientes com a Covid-19, o que provocou uma demanda por oxigênio quase três vezes superior ao que os fornecedores são capazes de entregar. 

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