Cards Against Humanity: conheça o jogo de cartas politicamente incorreto
Se você gosta do politicamente incorreto, talvez o jogo Cards Against Humanity seja feito para seu gosto. Conheça o polêmico jogo.

<span”>Encontrar uma atividade para fazer durante um encontro com os amigos às vezes pode ser desafiador. Quase sempre, a opção é escolher algum jogo de tabuleiro ou cartas que gere um pouco de diversão. Mas qual a melhor escolha para jogar com o pessoal? <span”>Se você e seus amigos gostam de brincadeiras politicamente incorretas, então talvez o jogo Cards Against Humanity seja feito para o seu tipo de humor.
<span”>Conheça mais sobre o jogo abaixo, que aliás é para maiores de 18 anos.
<span”>Como funciona o Cards Against Humanity?
<span”>Segundo descrição carregada de ironia no site dos criadores, “Cards Against Humanity é um jogo de festa para pessoas horríveis.
<span”>Diferentemente de outros que você tenha jogado, o Cards Against Humanity é ‘tão desprezível e estranho quanto você e seus amigos”, pelo menos é o que diz a definição fornecida pelos criadores do jogo – certamente um aviso de que pela frente há um polêmico conteúdo.
<span”>O jogo de cartas é muito simples, seu principal objetivo é ser o mais engraçado possível. Cards Against Humanity é dividido em dois tipos de cartas: pretas (com perguntas) e brancas (com respostas). Quando o jogador está na sua vez, ele escolhe uma carta preta e a coloca na mesa para que todos os participantes coloquem a carta branca com a resposta mais absurda possível.
<span”>As ideias contidas nas polêmicas cartas quase sempre empregam piadas ligadas à temáticas como raça, sexualidade e morte. Grande parte do sucesso mundial do Cards Against Humanity pode ser atribuído ao “<span”>shock value” <span”>(algo que pode ser traduzido como “valor para chocar”) do conteúdo do jogo. Se você quiser conferir a versão original das cartas ou jogar, os criadores liberaram o baralho para ser baixado e impresso <span”>neste link<span”>. Mas caso queira jogar em português, conheça abaixo a versão brasileira.
<span”>Existe uma versão em português do jogo?
<span”>No Brasil, uma versão do Cards Against Humanity foi lançada pela fábrica de brinquedos Estrela. Rebatizada com o nome de Cartas Controversas, a versão em português possui as mesmas regras e a mesma ideia do jogo original, mas traz piadas do universo brasileiro.
<span”>Algumas cartas mencionam coisas famosas no Brasil como o Museu de Arte de São Paulo, o ET de Varginha e até a Grávida de Taubaté. Na caixa de Cartas Controversas, há um aviso importante: “definitivamente este não é um jogo para crianças”.
<span”>Quais os problemas com o Cards Against Humanity?
<span”>Em <span”>diversas <span”>ocasiões a empresa por trás do jogo foi questionada se o jogo não poderia ser prejudicial e perpetuar diferentes formas de discriminação. Recentemente, essa questão foi confirmada por posts de ex-funcionários da Cards Against Humanity.
<span”>Segundo múltiplas publicações em redes sociais, a empresa possui uma cultura tóxica contra pessoas negras e mulheres. Além de ações racistas, o co-fundador da empresa, Max Temkin, foi acusado de abusar sexualmente diversas empregadas – as acusações resultaram no afastamento dele da Cards Against Humanity. Segundo a publicação <span”>Polygon<span”>, um dos principais problemas da empresa era a falta de um departamento de Recursos Humanos, questão que criou “uma cultura de medo” ao funcionários mais vulneráveis.
<span”>Fora a problemática interna da empresa, um <span”>estudo <span”>de 2016 mostrou que o principal apelo do baralho de Cards Against Humanity vem principalmente de brincadeiras racistas. Segundo a pesquisa, cerca de um quarto das cartas do baralho eram relacionadas à raça e a maioria delas é convidativa para os resultados mais perturbadores. Um desses casos inclusive quase inspirou um crime real.
<span”>Um caso real que refletiu a problemática do jogo
<span”>Durante os protestos do Black Lives Matter em julho deste ano, um homem de 30 anos<span”> foi preso<span”> na Flórida. Segundo a polícia local, o suspeito fez dois posts no Facebook sobre matar negros. Um deles ameaçando atirar em manifestantes do Black Lives Matter e o outro utilizando cartas do Cards Against Humanity sobre o assassinato de crianças africanas.
<span”>Infelizmente, nessa ocasião o jogo demonstrou-se como uma ferramenta para reforçar o racismo. Talvez o Cards Against Humanity não torne alguém racista, mas certamente não deve estar na mão de pessoas que não possuem consciência dos efeitos de uma piada problemática.
<span”>Dessa forma fica a questão: será que o jogo original pode acabar jogando contra a humanidade?