Brasil

História do SUS, uma retrospectiva da saúde pública no país

Conheça a trajetória da saúde pública brasileira e por conseguinte, a história do SUS. Veja o que mudou no decorrer dos anos.

A história do SUS dá ênfase aos personagens mais importantes: a população brasileira. Segundo a Secretaria do Estado de Saúde de Minas Gerais, o SUS é o único sistema de saúde pública que é responsável por gerir o atendimento de mais de 190 milhões de pessoas. Desses indivíduos, 80% deles dependem integralmente do serviço. Além do atendimento básico, o SUS possui vários braços, como o de doação de órgãos e terapias alternativas.

Nesse texto iremos fazer uma retrospectiva da história do SUS, desde o Brasil colônia até os tempos atuais. Entretanto, o objetivo desse artigo é somente apresentar as normas e ideias de cada época, e não discutir se elas funcionaram de fato.

 

Princípios do SUS

 

Os princípios do Sistema Único de Saúde norteiam a organização e o funcionamento do programa. Assim, essas diretrizes não só caracterizam a história do SUS, como também indicam o seu futuro. Confira:

 

Universalização: diz respeito ao atendimento. A saúde é garantida a todas as pessoas, independentemente de sexo, raça, ocupação, ou outras características sociais ou pessoais.

Equidade: tem como objetivo considerar as desigualdades, e investir onde a carência é maior. Dessa maneira, o princípio de equidade reconhece o que é desigual e privilegia as situações de maior insuficiência.

 

Imagem: reprodução / robert wood johnson foundation

Integralidade: a integralidade reconhece a união de ações para promover a saúde. Por exemplo, prevenção, tratamento e reabilitação. Dessa forma, esse princípio visa a articulação da saúde com outras políticas públicas para garantir mais qualidade de vida a população.

 

História da criação do SUS

 

Inicialmente, a instituição que se dedicava ao atendimento de saúde gratuito no Brasil eram as Santas Casas. A primeira organização foi instalada em Santos, em 1543. Em seguida, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Olinda e São Paulo também receberam entidades do tipo.

Porém, apesar de tratarem enfermos dos navios dos portos e moradores das cidades, as Santas Casas não empregavam saberes científicos. Isso só foi ocorrer com a transferência da Corte portuguesa para o Brasil, em 1808. Com a vinda da Carlota Joaquina e do Dom João VI, fundaram-se as primeiras faculdades medicina na colônia portuguesa.

Já em 1822, depois que D. Pedro I declarou independência, a saúde pública funcionava principalmente a partir de órgãos de vistoria. As cidades, com enfoque no Rio de Janeiro, que era a capital do Brasil, sofriam com a disseminação de doenças associadas a falta de higiene. As principais endemias eram febre amarela, peste bubônica, malária e varíola.

 

Centro do rio, 1920. Imagem: rio antigo (reprodução / instagram)

História do SUS: século XX

Caminhando pela história, o início do século XX marca novas perspectivas quanto à saúde. Em 1904 ocorre a Revolta da Vacina, resultado da insatisfação popular como o governo do Presidente Rodrigo Alves. Na época, o projeto de reurbanizar e sanear a cidade do Rio de Janeiro obrigou a população mais simples a se deslocar para os morros e decretou a Lei da Vacinação Obrigatória, liderada pelo médico Oswaldo Cruz, com intuito de reduzir os casos de varíola.

Em seguida, nos anos 1920 foram instauradas as Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAPs), que no governo de Getúlio Vargas -em 1930- se transformaram em Instituto de Aposentadoria e Pensões (IAPs). E, na sequência,  as duas deram origem ao Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) em 1966. O órgão englobava todos os empregados de carteira assinada e ofertava assistência médica, a partir do atendimento em hospitais e ambulatórios.

 

Getúlio vargas. Imagem: reprodução / blog cidadania e cultura

A história do SUS pelas lentes da política

Ademais, com a constituição de 1934, a assistência médica e a "licença gestante" passaram a ser garantias da lei. Além disso, em 1943, o decreto sancionado por Getúlio Vagas unificou as Leis Trabalhistas do país, organizando a medicina do trabalho, as férias e outros benefícios relacionados ao bem-estar do contribuinte.

Mais adiante, em 1953, o Ministério da Saúde foi fundado. E em 1956 surge o Departamento Nacional de Endemias Rurais. O órgão se dedicava ao combate da malária, leishmaniose, doença de Chagas, peste, brucelose, febre amarela e outras endemias existentes no país.

Já em 1961, formula-se a Política Nacional de Saúde, com objetivo de adequar os serviços de atendimento à realidade brasileira -marcada pela concentração de riquezas e o acesso desigual a saúde e a educação.

Em 1967, por sua vez, ocorre a Reforma Administrativa Federal. Nesse momento, o Ministério da Saúde passa a ser o responsável pela coordenação da Política Nacional de Saúde, que ainda não tinha saído do papel.

Na sequência, uniram-se as Secretarias de Saúde e de Assistência Médica, em 1974, com o objetivo de integrar as duas frentes. Além disso, no ano em questão, criaram-se as Coordenadorias de Saúde, organizadas em Amazônia, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste.

Por fim, a Constituição Federal de 1988 institui o Sistema Único de Saúde (SUS) para garantir o acesso à saúde por toda a população. Já em 1990, o Congresso Nacional aprova a Lei Orgânica da Saúde, que detalha o funcionamento do Sistema.

 

O deputado ulysses guimarães segura a constituição brasileira de 1988. Imagem: reprodução / agência brasil.

5 curiosidades do SUS

 

Primeiramente, uma informação que poucas pessoas sabem é que o SUS oferece terapias alternativas, como acupuntura, reiki, terapia de florais e Ioga.

Em segundo lugar, um ponto mais conhecido é que o serviço de Farmácia Popular oferta medicamentos com até 90% de desconto e está disponível para qualquer pessoa com uma prescrição e um receituário médico dentro do padrão.

Em terceiro, dados de 2017 da Organização Mundial da Saúde indicam que o Brasil representa 72,9% de todo o armazenamento de leite materno do planeta. Além disso, o nosso país possui a maior Rede pública de Bancos de Leite Humano.

Ademais, o SUS disponibiliza o DIU de cobre, além de oferecer outros métodos contraceptivos, como a camisinha e a pílula do dia seguinte.

Enfim, o Sistema oferta também o serviço de fitoterapia, que é a prevenção e o tratamento de doenças por meio do uso de plantas.

Fonte: Santa Casa de Misericórdia de Passos, Info Escola, UOL Educação, Guia Trabalhista, Ministério da Saúde, Politize, Brainly, Guia do Estudante, Secretaria do Estado de Saúde de Minas Gerais.

Última modificação em 29/07/2022 09:07

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