Fed repete em ata avaliação de que inflação nos EUA é transitória

Banco Central americano vive uma queda-de-braço com o mercado, que vê inflação como risco e quer juros maiores

Pressionado por economistas e pelo mercado financeiro para rever sua postura em relação à decisão de manter os estímulos à economia com a manutenção dos juros na faixa de 0 a 2,5% ao ano, o Federal Reserve (Fed) foi em sentido contrário e repetiu, na ata divulgada nesta quarta-feira, 19, sua avaliação de que a inflação norte-americana é transitória e que não ameaça a economia. E que, portanto, o momento não exige nenhuma revisão em relação aos juros.

A ata se refere à última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) , realizada em 28 de abril, quando o Fomc manteve, por unanimidade, a taxa básica de juros na faixa entre zero e 0,25% ao ano. A mesma de um ano atrás, antes do início da pandemia. A postura do Fed não chega a ser surpresa para o mercado uma vez que por várias vezes Jerome Powell, presidente do Fed, afirmou que o banco central somente começaria a retirar os estímulos quando a economia apresentasse sinais de um progresso substancial.

Inflação preocupa

A pressão sobre o Fed veio após a aceleração da inflação nos  EUA em abril, de alta de 0,8%, acumulando um avanço de 4,2% em 12 meses, a maior alta para um período de 12 meses.  Vem daí a preocupação do mercado e a pressão para que o Fed eleve a taxa de juros antes do previsto como forma de segurar os preços.  Embora na ata desta quarta-feira o Fed tenha ignorado os pedidos para que reduzisse suas compras mensais de títulos, alguns diretores do banco central americano avaliaram que, no curto prazo, poderá haver mudanças na compra desses ativos.

"Os membros do Comitê concordaram que seria apropriado para o Federal Reserve continuar a aumentar suas participações em títulos do Tesouro em pelo menos US$ 80 bilhões por mês e títulos lastreados em hipotecas de agências em pelo menos US$ 40 bilhões por mês até um progresso substancial de acordo com as metas de emprego máximo e estabilidade de preços do Comitê ", informa a ata.

Emprego aquém do esperado

O progresso substancial a que Powell se refere para que o Fed comece a pensar em reduzir os estímulos inclui crescimento da taxa de emprego e inflação se alinhando à meta do banco central, de 2% ao ano. O relatório de emprego de abril, no entanto, decepcionou ao mostrar que empresas norte-americanas contrataram número bem menor de pessoas do que o esperado. Foram criadas 266 mil vagas de trabalho em abril ante 770 mil em março e abaixo das pouco mais de 900 mil aguardadas pelos economistas e analistas financeiros par aquele o período.

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